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Artigo: Reforma da Previdência, Futuro e Saúde

Renan Soares Júnior é coordenador do curso de Psicologia da UCDB e doutorando em Psicologia da Saúde

Renan Soares Júnior

27 de Março de 2017 - 13:25

Nas últimas semanas fomos bombardeados por informações e argumentos sobre a reforma da previdência proposta pelo Governo federal. Na TV, jornal impresso, sites e nas mídias sociais, além das tradicionais rodas de conversa entre amigos e familiares, o assunto foi abordado diversas vezes. E nos gerou uma reflexão: o quanto as ações no aqui e agora podem influenciar o nosso futuro. Muitos se colocaram a questionar se teriam saúde e tempo de vida para conseguir alcançar a aposentadoria com as modificações propostas. Além disso, houve o pensar sobre a participação nas decisões coletivas e políticas e como estamos muito mais unidos do que separados.

Autônomos, professores, profissionais de saúde, administrativos, independente de maior ou menor grau de escolaridade, todos podemos ser atingidos pelo tsunami causada pela possível reforma da previdência. E aí nos restam duas decisões: entrar em desespero e gritar: - Abandonar o navio! ou decidir ficar, tendo a clareza de que estamos todos no mesmo barco e precisamos remar para o mesmo lado para conseguirmos nos salvar.

Algumas categorias foram para as ruas protestar e fazer manifestação. Mas e os outros? O rumo tomado agora afetará o futuro de todos. Como nos comportaremos? Lembrando uma canção da banda mineira Skank nos anos 90, transformaremos a nossa indignação numa indigna inação? A construção do coletivo e do bem comum, passa pelo que cada um de nós faz, dando robustez ou fragilidade ao conjunto. Um outro ponto de reflexão é pensar como temos cuidado da saúde pessoal, dando ênfase à comodidade do sedentarismo e aos prazeres da boa mesa ou escolhendo atentamente o que nos preservará fortes e dispostos, mesmo que sem o mesmo sabor e prazer? A comodidade e a inação viciam.

É mister nos questionarmos sobre como temos nos engajado pessoalmente nas questões coletivas de saúde, como o combate a dengue e ao problema das mortes no trânsito. Vamos deixar apenas alguns dos nossos cuidando dessas questões ou vamos entender que também temos algo a ver com isso? Aristóteles já nos lembrava que a cidadania é uma atividade. É preciso pensar e também agir. Nossas ações de hoje são o alicerce de nosso futuro, em todas as dimensões da vida, sejam elas as problemáticas individuais ou coletivas. Assim como os médicos e nutricionistas tem insistido em nos dizer que somos aquilo de que nos alimentamos, nossa sociedade será o que dela nós fizermos. Mãos a obra!

*Renan Soares Júnior é coordenador do curso de Psicologia da UCDB e doutorando em Psicologia da Saúde