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Esporte

Efeito 1 a 0: o que a história conta sobre a vantagem do Grêmio na final da Liberta

Levantamento revisita as 57 decisões anteriores da competição para dimensionar o peso do triunfo tricolor sobre o Lanús como mandante para definir o campeão da América.

Globo Esporte

25 de Novembro de 2017 - 07:52

A Arena explodiu em festa com a vitória do Grêmio por 1 a 0 sobre o Lanús, na última quarta-feira, pelo jogo de ida da final da Libertadores – mesmo com dirigentes, jogadores e o técnico Renato Poraluppi envoltos em revolta com a arbitragem, diga-se. As reclamações com a atuação do árbitro Júlio Bascuñan, em especial por não ter assinalado pênalti sober Jael no último lance da partida, tomaram conta do vestiário. E só não foram mais cítricas pela vantagem mínima e valiosa obtida dentro de casa.

O GloboEsporte.com revisitou as 57 finais anteriores da competição continental para dimensionar o peso histórico do triunfo por um gol de diferença como mandante para definir o campeão da América.

Ao todo, 17 finalistas abriram a série decisiva com uma vitória por um gol de diferença dentro de casa - mesmo placar obtido pelo Grêmio (veja mais na tabela abaixo). Do montante, 10 confirmaram o resultado positivo com o título, ao passo que outros sete clubes conseguiram reverter o revés por 1 a 0 como visitante com o apoio da torcida no jogo da volta em casa. Na matemática, o time que venceu o primeiro jogo por 1 a 0 como mandante sagrou-se campeão em 58,8% das vezes.

A última equipe a se sagrar campeã com um triunfo simples dentro de casa no jogo de ida foi o Vélez Sarsfield, em 1994, que conquistou a Libertadores nos pênaltis sobre o São Paulo, há 23 anos. Desde então, duas equipes de Cali, na Colômbia, o América e o Deportivo, perderam para River Plate e Palmeiras, em 1996 e em 1999.

Se levados em conta não só os triunfos em casa, mas também os times que venceram o jogo de ida por um gol de diferença como visitante, a estatística favorece um pouco mais à equipe de Renato Portaluppi. São 25 triunfos simples. Do total, as equipes que venceram o jogo de ida com o placar mínimo - seja como mandante ou fora - obtiveram 17 títulos. Ou seja: ergueram a taça em 68% das vezes.

Entre mandantes e visitantes, apenas oito times conseguiram reverter a derrota por 1 a 0 no jogo da volta. O único que conseguiu dar a volta por cima após um revés dentro de casa foi o Olímpia. Após eliminar o Grêmio em uma polêmica disputa de pênaltis na semifinal, os paraguaios saíram perdendo para o São Caetano em casa, mas venceram o jogo da volta e foram campeões nas penalidades.

Os mandantes arrancaram com um resultado positivo em 30 das 57 finais disputadas na Libertadores – independentemente do saldo de gols. Destes, 19 sagraram-se campeões, ao passo que 11 perderam a taça na casa dos adversários. Vale lembrar: até meados dos anos 80, a competição era definida com um jogo de desempate em caso de uma vitória para cada lado.

E na história do Grêmio?

O Tricolor conquistou seus dois títulos da América em chaveamentos e enredos distintos. Com Renato Portaluppi e o lendário número 7 às costas em 1983, o Grêmio empatou com o Peñarol em 1 a 1 no jogo de ida, em Montevidéu, e bateu os uruguaios por 2 a 1 no Estádio Olímpico para conquistar a Libertadores pela primeira vez. Depois, em 1995, os gremistas comandados por Felipão aplicaram 3 a 1 no Atlético Nacional em casa e arrancaram o empate em 1 a 1 no Atanasio Girardot para erguer o bi.

O retrospecto na competição continental, aliás, anima. O Grêmio largou com vantagem em 13 disputas de mata-mata na Libertadores. Do montante, só acabou eliminado de dois. Em 1996, o Tricolor aplicou 1 a 0 no América de Cali no Estádio Olímpico, mas acabou derrotado e eliminado da semifinal com a derrota por 3 a 1 no jogo da volta. Depois, em 2013, a equipe de Vanderlei Luxemburgo venceu o Independiente Santa Fe por 2 a 1 em casa, mas caiu com o revés por 1 a 0 na Colômbia.

Números à parte, o técnico Renato Portaluppi valoriza – e muito – o triunfo em casa. Em sua análise, o treinador afirma que o resultado obriga o Lanús a sair para o jogo e correr riscos no La Fortaleza no duelo da volta.

– O mais importante foi que conseguimos uma vantagem. Muita gente acha que é mínima, mas é uma boa vantagem. É uma final. O Lanús não chegou por acaso. Nem o Grêmio. Conseguimos fazer o gol. Temos a vantagem, e o Lanús precisará sair para o jogo e será totalmente diferente – afirmou.

O triunfo dentro de casa confere ao Grêmio a vantagem de jogar por um empate no duelo que pode lhe render o tri da América. Tricolor e Lanús voltam a se enfrentar no segundo jogo da final da Libertadores na próxima quarta-feira, às 21h45, no Estádio La Fortaleza, na Argentina. Se o Granate devolver o placar da Arena, a partida vai para a prorrogação, e pode acabar nos pênaltis.