Economia
Indústria cresce 4,7% e tem melhor novembro desde 2010
Comparação é com igual mês de 2016. Ante outubro, a produção avançou 0,2%, no terceiro resultado positivo.
G1
05 de Janeiro de 2018 - 09:53
A produção da indústria brasileira cresceu 4,7% em novembro de 2017 frente a igual mês do ano anterior, divulgou nesta sexta-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi à sétima taxa positiva consecutiva nesta base de comparação e a maior para novembro desde 2010, quando o avanço havia sido de 5,3%.
Na comparação com outubro, na série com ajustes sazonais, a atividade industrial aumentou 0,2%, no terceiro número positivo seguido. Com isso, o ganho acumulado chegou a 0,9% em três meses.
O IBGE revisou o dado de outubro de uma alta de 0,2% para 0,3% na comparação com o mês imediatamente anterior.
Segundo o gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, os três resultados positivos seguidos, de setembro a outubro, têm influência sazonal, considerando o natal, além de uma relação direta com a melhora da economia de modo geral.
As vendas com vistas ao final do ano, muito alavancadas pela melhora da demanda doméstica com aumento da ocupação, aumento da renda real e uma inflação mais comportada, dá um pouco de entendimento das razoes dessa produção industrial ter tido resultados positivos especialmente para bens de consumo durável", disse o pesquisador
No acumulado do ano até novembro, a produção industrial teve alta de 2,3%. Já em 12 meses, o avanço foi de 2,2%, o melhor resultado desde setembro de 2013, quando o crescimento havia sido de 2,3%.
Recuperação lenta
Dos 11 meses de 2017 avaliados pelo IBGE, somente dois tiveram resultado negativo na produção industrial março e agosto. Isso sugere, segundo Macedo, que a indústria brasileira tem se recuperado, embora com lentidão.
A magnitude do crescimento dá um pouco essa leitura de recuperação gradual. Claro que há uma melhora de ritmo da produção, mas os resultados positivos ainda ficaram muito próximo da margem.
O pesquisador destacou que em termos de patamar de produção, em novembro a indústria ficou 16,7% distante de seu pico histórico, registrado em junho de 2013. Mas, ainda assim, é o melhor patamar desde outubro de 2015.
Desempenho mês contra mês
De acordo com Macedo, do IBGE, dentre as grandes categorias econômicas a de bens de consumo duráveis, com destaque para os automóveis, e a de bens intermediários, em especial a metalurgia, celulose e parte da produção de alimentos, foram as principais responsáveis pelo avanço da produção em novembro, no confronto mensal.
Altas nas grandes categorias
Duráveis: 2,5%
Bens intermediários: 1,4%
Bens de capital: 0,0%
Baixas nas grandes categorias
Bens de consumo: -0,7%
Semiduráveis e não duráveis: -1,6%
Doze dos 24 pesquisados pelo IBGE apresentaram crescimento na produção na passagem de outubro para novembro. O gerente da pesquisa apontou que o maior destaque foi na produção de farmoquímicos e farmacêuticos, que avançou 6,5%) e acumulou ganho de 26,6% nos dois últimos meses. Com isso, este ramo industrial eliminou parte da perda de 18,5% registrada em setembro.
Principais Altas por setor
Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: 6,5%
Celulose, papel e produtos de papel: 2,3%
Metalurgia: 2,2%
Perfumaria, sabões produtos de limpeza e higiene pessoal: 1,9%
Produtos alimentícios: 0,7%
Principais baixas por setor
Bebidas: -5,7%
Confecção de artigos de vestuário e acessórios: -5,8%
Produtos diversos: -9,0%
Máquinas e equipamentos: -1,4%
Veículos automotores, reboques e carrocerias: -0,7%