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Política

Número de servidores expulsos do GDF triplica nos três anos da gestão Rollemberg

Quantitativo saltou de 17, em 2015, para 64 em 2017. Levantamento do G1 também considera funcionários exonerados ou demitidos pelo Executivo; abandono de cargo foi principal causa.

G1

10 de Janeiro de 2018 - 08:29

O número de servidores expulsos, exonerados ou demitidos pelo Executivo do Distrito Federal triplicou nos três anos de gestão do governador Rodrigo Rollemberg. Em 2015 – primeiro ano de governo –, 17 funcionários foram desligados compulsivamente. No ano seguinte, o quantitativo saltou para 37 e, no ano passado, alcançou 67 servidores.

O número levantado pelo G1 se refere a pessoas que deixaram os cargos por algum tipo de punição, e considera dados divulgados pelo próprio governo no Portal da Transparência. A atualização dos números foi feita nesta terça-feira (9). O quantitativo de servidores expulsos corresponde a 1,7% do total de 114,5 mil pessoas que prestam serviços ao GDF, entre concursados e comissionados.

De acordo com os dados fornecidos na base, o abandono de cargo é a principal causa das expulsões e corresponde a 27% dos casos. Em seguida, aparecem os desligamentos compulsivos por improbidade administrativa (9%), expulsão "a bem da disciplina" (9%) – em casos de militares com carreiras estáveis – e por uso do cargo para proveito pessoal (8%), "em detrimento da dignidade da função pública".

Em 2017, a Secretaria de Saúde foi o órgão campeão no DF em números absolutos de servidores expulsos, exonerados ou demitidos. Das 64 punições aplicadas no ano, 33 foram vinculadas à pasta. Em novembro do ano passado, a secretaria contava com 35,8 mil servidores ativos.

Em seguida, aparecem no ranking de desligamentos a Polícia Militar, com 9 servidores, a Secretaria de Educação, com 7, e a Polícia Civil, com 6. A lista do ano passado inclui, ainda, expulsões no DFTrans (2) e Corpo de Bombeiros (1).

Há também casos registrados na Administração do Riacho Fundo II (1), na Secretaria de Mobilidade (1), Secretaria de Governo (1), Agência de Fiscalização (1), Detran (1) e Secretaria de Segurança Pública (1).

O G1 questionou o GDF se haveria uma justificativa para o aumento de expulsões durante os três primeiros anos da atual gestão. Por meio de nota, a Controladoria-Geral do DF afirma que ser "difícil" traçar uma resposta objetiva para a pergunta, o que só seria possível caso houvesse "dados compilados das expulsões".

"Seria necessário um trabalho de pesquisa para se conhecer as causas desta situação, que no momento não é possível realizar.”

Governo federal

Já no âmbito federal, 506 servidores foram expulsos por irregularidades em 2017, de acordo com relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) divulgado na segunda-feira (8).

Segundo o documento, o principal motivo das expulsões foi à corrupção, em 335 dos 506 casos (66%). Abandono de cargo, ausência sem justificativa e negligência também motivaram as expulsões, segundo a CGU.

O número caiu com relação a 2016, quando foram registradas 549 expulsões – maior número desde 2003, quando o levantamento começou a ser feito, quando foram expulsos quase 7 mil servidores. Os estados com número mais elevado de punições foram Rio de Janeiro (1.211), Distrito Federal (800) e São Paulo (716).

As pastas com a maior quantidade de expulsões foram o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) – que absorveu o INSS; seguido pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ).