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Economia

Dólar fecha a R$ 3,20, no menor nível em quase 3 meses, apesar de rebaixamento do Brasil

Divisa caiu 0,38% nesta sexta-feira (12), vendida a R$ 3,2062, menor cotação desde os R$ 3,1898 de 20 de outubro.

G1

12 de Janeiro de 2018 - 17:39

O dólar seguiu em queda nesta sexta-feira (12), voltando ao patamar de R$ 3,20, um dia após a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixar a nota de crédito do Brasil de BB para BB.

A moeda norte-americana recuou 0,38% frente ao real, cotada a R$ 3,2062 na venda, menor nível desde os R$ 3,1898 de 20 de outubro, segundo a Reuters. Na mínima do dia, a moeda marcou R$ 3,2001 e, na máxima, R$ 3,2315. Veja a cotação.

Na semana, caiu 0,85%, acumulando em 2018 perda de 3,26%.

O rebaixamento da nota brasileira era esperado desde o final do ano passado, o que chegou a levar o dólar para perto do patamar de R$ 3,35, depois que o governo não conseguiu votar a reforma da Previdência em primeiro turno na Câmara dos Deputados como pretendia, em dezembro.

Em entrevista nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o corte da nota brasileira não deve ser considerado uma "grande questão política" do Brasil.

"É um movimento técnico, e não acredito que isso afete candidaturas. Está claro que a agência fez lá sua avaliação e não discuto avaliação de agências, nunca discuti. Eles fazem o trabalho deles e a gente faz o nosso trabalho", acrescentou Meirelles.

A S&P alegou que o rebaixamento da nota do Brasil se deve ao atraso na aprovação de medidas fiscais que reequilibrem as contas públicas, em especial a reforma da Previdência, o que a agência considera "uma das principais fraquezas" do país.

Reação do mercado

“Em termos práticos, o rebaixamento não muda muita coisa, já não somos grau de investimento pelas três principais agências de rating”, disse à Reuters o operador da corretora H.Commcor, Cleber Alessie Machado.

A votação da reforma da Previdência foi postergada para 19 de fevereiro, levando analistas a reduzirem as apostas na aprovação do texto, diante do cenário eleitoral deste ano, lembra a agência de notícias.

“Entendemos que, dentro deste desconforto, o governo poderá sair do ‘corner’ onde está acuado pelo Congresso Nacional e se tornar efetivo protagonista de um discurso duro impondo constrangimento e responsabilidade pelo ocorrido aos políticos”, afirmou o economista e diretor-executivo da NGO Câmbio, Sidnei Moura Nehme, em nota.

Mas o cenário político pode se complicar ainda mais depois do movimento da S&P. Na noite passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou à Reuters que o governo havia se enfraquecido muito após denúncias e que não era “correto” transferir para o Congresso a responsabilidade de a reforma da Previdência não ter sido aprovada.

O recuo do dólar no exterior acabou se sobrepondo à questão fiscal doméstica, levando a moeda de volta ao patamar de R$ 3,20. O dólar caía ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano. "Prevaleceu a dinâmica do dia, com exterior e algum fluxo", disse à Reuters um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local.