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Esporte

Suplentes da seleção brasileira na Copa poderão ser convocados sem saber

Novo regulamento diz que Fifa só pode divulgar pré-inscritos com permissão das confederações. CBF pretende manter nomes em sigilo, até para os próprios jogadores

Globo Esporte

10 de Abril de 2018 - 09:58

No dia 14 de maio, a CBF vai enviar à Fifa uma lista de no mínimo 30 e no máximo 35 jogadores pré-inscritos pela seleção brasileira na Copa do Mundo. Nessa mesma data, às 14h, Tite vai anunciar os 23 escolhidos para buscarem o hexacampeonato na Rússia. Os outros, suplentes, provavelmente não serão divulgados. Talvez, nem fiquem sabendo que seus nomes estarão na Fifa.

Essa primeira relação, com mais atletas, é praxe nos Mundiais, mas a edição de 2018 tem duas novidades nesse item do regulamento:

  1. O limite subiu de 30 para 35 jogadores;
  2. A Fifa só pode publicar a lista com autorização das confederações nacionais.

A segunda modificação provavelmente vai servir à Seleção. A ideia inicial é vetar a divulgação dos outros nomes. A lista de suplentes serve para definir um grupo de jogadores ao qual os técnicos possam recorrer caso desejem fazer alterações nos 23 escolhidos.

Ou seja, se um convocado cometer um ato de indisciplina durante a preparação para a Copa e o treinador quiser cortá-lo, o substituto terá de estar nessa pré-lista. Só que isso não serve para lesões. Se alguém se machucar, desde que o problema seja comprovado com o envio de exames e diagnósticos à Fifa, as comissões técnicas poderão escolher qualquer jogador para seu lugar.

Na visão da CBF, isso minimiza a importância dos suplentes, e anunciar seus nomes serviria apenas para deixá-los com um gostinho, a sensação de poderem disputar o torneio, e uma enorme possibilidade de frustração. Até porque, se um jogador chamado por Tite se lesionar, o técnico não precisará se limitar aos pré-inscritos – mudanças só podem ser feitas até 24 horas antes da estreia.

É também uma questão de cultura. Outros países têm o hábito de anunciar o número máximo de convocados, e só depois os que vão disputar a Copa (a data limite para a lista definitiva em 2018 é 4 de junho). O Brasil prefere diferenciar desde o início os 23 dos que ficam na espera.

Em 2014, por exemplo, Luiz Felipe Scolari pré-inscreveu Diego Cavalieri, Rafinha, Miranda, Filipe Luís, Lucas Leiva, Lucas Moura e Alan Kardec para o Mundial.

Em 2010, Dunga selecionou Alex, Marcelo, Sandro, Ganso, Ronaldinho Gaúcho, Carlos Eduardo e Diego Tardelli para ficarem na espera.