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Esporte

Cruzeiro prepara bombardeio, e Sesi-SP arma escudo anti-ace na final da Superliga

Time mineiro conta com agressividade de Simon e Leal no saque para vencer primeiro jogo, enquanto anfitriões usam radar e "canhão" para melhorar recepção.

Globo Esporte

28 de Abril de 2018 - 10:50

A decisão da Superliga entre Sesi-SP e Cruzeiro que começa às 15h (de Brasília) deste sábado tem inúmeros atrativos, e o mais interessante deles será o saque. Um duelo entre a agressividade do time mineiro no fundamento e a estratégia que os anfitriões paulistas traçaram ao longo das últimas duas semanas para neutralizá-lo.

O Cruzeiro tem o serviço como um dos trunfos para a final. O central Simon foi o jogador com mais aces de toda a competição (55), e o ponta Leal também ficou entre os cinco melhores sacadores -foi o terceiro, com 39. Durante os treinos da semana, a "arma" foi trabalhado com intensidade. Os dois e o oposto Evandro treinaram repetições e mostraram que suas mãos estão pesadas. Nos radares de velocidade utilizados pela comissão técnica, foi normal a bola passar dos 100 km/h nas tentativas.

O técnico Marcelo Mendez sabe da importância do saque em uma disputa tão equilibrada. Porém, reconhece que, mesmo se não surtir o efeito esperado, o Cruzeiro tem alternativas para seguir adiante em busca do título.

- Com certeza o saque é um fundamento importantíssimo que faz diferença na final. Mas, na semifinal, alteramos muito o saque, sacamos bem e mal, e vencemos mesmo assim.

Em relação ao time, Mendez não tem nenhum desfalque para a decisão. Leal recebeu apenas uma advertência do STJD e está liberado para atuar no Ibirapuera. O cubano está de saída do Cruzeiro, assim como o levantador Uriarte. Ambos querem o título da Superliga nos duelos finais pelo clube.

O poderoso saque dos atuais tetracampeões fez com que o Sesi adaptasse seus treinamentos na reta final de preparação. Um artifício foi aumentar a potência de um "canhão" que dispara bolas nas atividades de treino de recepção. A rotineira velocidade de 100rpm (rotações por minuto) foi elevada para mais de 110rpm. Pode parecer pouco, mas segundo o time faz diferença.

- O Cruzeiro se baseia muito no saque, é assim que jogam. Não podemos deixar eles pontuarem no saque, mas é muito difícil, porque é impossível ocupar todo o espaço da quadra. A intenção é botar a bola para cima, deixar o jogo mais longo. Nesses últimos dias aumentamos a rotação da máquina para ajudar nos reflexos - disse o líbero Murilo.

O jogador, que mudou de posição em relação à última temporada, guarda na memória o jogo do segundo turno em que o Cruzeiro venceu o Sesi por 3 sets a 0, em São Paulo, com direito a 14 aces -dos quais seis de Filipe, cinco de Leal, dois de Simon e um de Uriarte. Para o líbero, é fundamental que a recepção do time seja mais eficiente.

Outro expediente ao qual o Sesi recorreu foram os radares. Daqueles mesmo de guarda de trânsito, cujo custo varia entre 40 e 60 dólares. Esses aparelhos servem basicamente para medir a velocidade dos serviços que vêm do outro lado da rede. A comissão técnica da equipe fez um trabalho de mapeamento, tantos dos saques de seus próprios jogadores quanto dos rivais de final, para descobrir tendências e gestos que podem servir para obter a vitória.

- Não vamos interferir no saque deles, mas trabalhar para reduzir o dano. Sabemos quais são as melhores velocidades deles, porque aferimos com os radares. Mas a verdade é que, agora, não dá para fazer nada muito diferente. É entrar em quadra e jogar - afirmou o treinador do Sesi, Roberley Leonaldo, o Rubinho.