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Esporte

Seleção de Tite teve Dani Alves em 73% do tempo. Veja opções se ele não for à Copa

Lateral-direito dominou setor na preparação, e sua lesão cria missão mais árdua de Tite a caminho da Rússia: achar um caminho sem ele

Globo Esporte

10 de Maio de 2018 - 10:18

Sob comando de Tite, a seleção brasileira já disputou 1.795 minutos de futebol. Daniel Alves participou de 1.311, equivalente a 73% do tempo de jogo. Mais do que mera estatística, o número indica como a lateral direita da equipe tem um dono, e o quanto a lesão em seu joelho direito, que pode tirá-lo da Copa do Mundo, é um enorme empecilho para a comissão técnica.

Durante a vitória do PSG por 2 a 0 sobre o Les Herbiers, o 38º título de sua carreira, Daniel Alves machucou o joelho. Os médicos do clube falam em desinserção do ligamento cruzado anterior. É um tipo de rompimento. Uma entorse acompanha o problema, e só daqui a três semanas, de acordo com os franceses, será possível avaliar se uma cirurgia é necessária.

Rodrigo Lasmar, médico da seleção brasileira, vai aproveitar sua ida a Paris para acompanhar e evolução de Neymar e examinar também o lateral-direito, nesta quinta-feira.

Se Tite não puder convocá-lo na próxima segunda-feira, quando anunciará os 23 escolhidos para a Copa do Mundo, terá de entregar a lateral direita a algum de pouquíssimo tempo de ação.

Fagner (Corinthians), Danilo (Manchester City) e Rafinha (Bayern de Munique) disputavam a vaga de reserva de Daniel Alves na lista. Se o titular não for convocado, eles brigarão por dois lugares.

  • Fagner (28 anos): atuou por 272 minutos com Tite, 15,1% do tempo total de jogo. Foi titular no amistoso contra a Colômbia, em que só jogadores de clubes brasileiros foram convocados, e em outras duas partidas: Paraguai (eliminatórias) e Argentina (amistoso). Oscilações na campanha do Corinthians, ano passado, colocaram outros laterais-direitos na disputa, mas o conhecimento tático que ele tem da linha defensiva de Tite, desde quando trabalharam juntos na equipe paulista, é um ponto importante a seu favor.
  • Danilo (26 anos): atuou por 97 minutos com Tite, 5,4% do tempo total de jogo. Entrou em campo apenas na vitória por 3 a 1 sobre o Japão, quando deu uma assistência para Gabriel Jesus. Em boa parte da temporada, atuou pela esquerda no Manchester City. Nos jogos mais importantes, o preferido de Pep Guardiola para o lado direito foi o inglês Kyle Walker. Tem na altura (1,84) e na versatilidade trunfos para ir à Copa.
  • Rafinha (32 anos): atuou por 115 minutos com Tite, 6,4% do tempo total de jogo. Participou de dois jogos com Tite, os amistosos diante de Argentina (entrou no 2º tempo) e Austrália (titular). Em seu clube, o Bayern de Munique, foi lateral-esquerdo em vários jogos. Na sua posição de origem prevalece o alemão Kimmich. Os sete anos na equipe, uma das mais poderosas da Europa, é um argumento para sua convocação.

A diferença de tempo de jogo entre Daniel Alves e seus possíveis substitutos reflete a larga vantagem técnica do veterano na visão da comissão técnica. Isso não ocorre em todas as posições.

No lado esquerdo, por exemplo, o favorito Marcelo esteve em campo em 50,5% do tempo de jogo da Seleção com Tite, e os dois candidatos à segunda vaga foram bem mais testados: Filipe Luís atuou em 26,2% do tempo, e Alex Sandro em 17,8%. Um equilíbrio que dá ao técnico noção exata do que cada um pode entregar individual e coletivamente.

É isso que ele terá de descobrir nas primeiras semanas de treinamento na Granja Comary, das quais Daniel Alves não participará, independentemente de ser convocado ou não, em razão do prazo de recuperação da lesão no joelho. Adaptar um jogador ao funcionamento da equipe e avaliar como ele pode contribuir, tendo como referência um líder vitorioso de 35 anos como é o lateral-direito do PSG, passou a ser a principal missão de Tite e seus auxiliares.