Política
Ministro libera ação sobre Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo para julgamento
Revisor da Lava Jato, Celso de Mello liberou a ação nesta sexta (8). Agora, cabe ao presidente da Segunda Turma do STF, Ricardo Lewandowski, marcar data do julgamento.
G1
08 de Junho de 2018 - 14:48
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, liberou nesta sexta-feira (8) para julgamento a ação penal que decidirá se a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o ex-ministro Paulo Bernardo serão condenados ou absolvidos na Operação Lava Jato.
Celso de Mello é o revisor da Lava Jato no STF. O julgamento da ação será pela Segunda Turma da Corte (leia detalhes mais abaixo).
Caberá ao presidente da Turma, ministro Ricardo Lewandoski, marcar a data do julgamento. Também será julgado o empresário Ernesto Kugler Rodrigues, ligado ao casal.
Segundo a acusação, os três, "agindo de modo livre, consciente e voluntário”, pediram e receberam R$ 1 milhão desviados do esquema de corrupção que atuava na Petrobras.
O dinheiro, de acordo com o Ministério Público, teria sido direcionado para campanha eleitoral de Gleisi em quatro parcelas de R$ 250 mil.
O repasse teria sido realizado, ainda segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), através de empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef contratadas pela Petrobras a firmas de Rodrigues.
A PGR afirma, ainda, que os recursos foram liberados pelo ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, cujo objetivo seria obter apoio político de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo para se manter no cargo.
Versões
À época em que Gleisi e Paulo Bernardo se tornaram réus no Supremo, a defesa da senadora negou os crimes e apontou supostas divergências entre as declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef nas delações premiadas, especialmente em relação ao modo como o dinheiro teria sido repassado.
A defesa de Paulo Bernardo também rebateu a acusação, alegando que não teria sido provada interferência do ex-ministro para manter Paulo Roberto no cargo de diretor na Petrobras.
Segunda Turma
O relator Luiz Edson Fachin havia liberado a ação para revisão em fevereiro. Como as pautas das sessões da Segunda Turma de junho ainda não estão definidas - o colegiado se reúne todas as terças -, o julgamento pode ocorrer ainda neste semestre.
Participam do julgamento o relator Fachin, o revisor Celso de Mello, e os ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Em maio, a Segunda Turma condenou o primeiro parlamentar com foro na Lava Jato, o deputado Nelson Meurer (PP-PR). Ele foi condenado a uma pena de 13 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Gleisi Hoffmann deve ser a segunda parlamentar a ser julgada.
Atualmente, 13 parlamentares são réus na Lava Jato e seus desdobramentos, sendo seis senadores (entre eles Gleisi) e sete deputados (entre eles Meurer, que já foi condenado e ainda pode apresentar recurso).