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Esporte

Festejado por atletas, Deschamps valoriza conjunto e juventude

Deschamps construiu um time repleto de jovens valores, que, como ele mesmo lembrou, têm idade para dar outras alegrias aos franceses no futuro.

Gazeta Esportiva

16 de Julho de 2018 - 09:05

Didier Deschamps demonstrava incômodo, sorrindo, com o odor que exalava enquanto concedia a sua primeira entrevista coletiva após se tornar campeão do mundo como treinador. Pouco antes, ele havia sido alvo de uma festa regada a isotônico que os seus jogadores promoveram na sala de imprensa do Estádio Luzhnikí, palco da vitória por 4 a 2 sobre a Croácia.

Para Deschamps, a união demonstrada no momento de alegria é uma mostra de que os seus comandados abriram mão das individualidades durante a Copa do Mundo da Rússia. O país que, no passado, teve Platini e Zidane como referências indiscutíveis de suas gerações passou a reverenciar Kanté, Pogba, Mbappé, Griezzmann e outros atletas quase com a mesma intensidade.

“O futebol evoluiu. É preciso ser humilde também. Eles sabem que, sem o coletivo, não conseguimos nada”, comentou Deschamps, ressalvando apenas que a França conta, sim, com bons valores individuais. Na sequência, porém, ele citou os nomes de quase todos os seus titulares. “Temos que destacar a maneira como construímos esse time.”

Deschamps construiu um time repleto de jovens valores, que, como ele mesmo lembrou, têm idade para dar outras alegrias aos franceses no futuro. O atacante Mbappé, por exemplo, completará 20 anos apenas em dezembro e já desponta como novo grande personagem do futebol mundial.

“É difícil responder sobre o legado que deixamos. A França é campeã do mundo, o que significa que fizemos as coisas melhores do que os outros. Tenho orgulho desse grupo, que é muito jovem e veio com a mentalidade certa para uma Copa do Mundo. Possuímos imperfeições, mas também capacidade psicológica para superá-las”, analisou Deschamps. “Somos os campeões do mundo e estaremos no topo por quatro anos. É isso que deve ser guardado”, bradou.

A juventude também fez com que a comemoração do elenco francês fosse mais animada do que Deschamps poderia esperar. “Eles sempre foram malucos”, sorriu, ainda banhado de isotônico. “Só vão se dar conta do que realizaram nos próximos dias. Ainda não sabem o que é ser campeão do mundo. Esses 23 jogadores estão vinculados para o resto das suas vidas, mesmo seguindo caminhos diferentes. Nunca mais serão os mesmos. Não há nada acima de um título mundial”, complementou.

Deschamps sabe o que está falando. Campeão mundial como técnico aos 49 anos, ele tinha 29 quando, dentro de campo, colaborou para a França ser campeã da Copa do Mundo de 1998. Assim, igualou-se ao brasileiro Zagallo e ao alemão Beckenbauerna condição de vencedor do torneio como atleta e treinador.

Questionado sobre o seu feito, Didier Deschamps recorreu à humildade que tanto valoriza na seleção francesa. “Não gosto muito de falar de mim, mas sei que falarão um pouco. O que fica é a aventura que tive junto desses jogadores e da equipe técnica. É um imenso privilégio viver isso depois de 20 anos. O título de 1998 ficará marcado para sempre por ter sido conquistado na França, mas o que ganhamos agora é tão bonito e tão forte quanto”, equiparou.