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Economia

44% dos brasileiros pedem cartão de crédito emprestado para amigos e família

Essa Prática é comum no país

Midiamax

18 de Julho de 2018 - 16:00

O país passa por uma crise econômica e isso influencia diretamente no orçamento das famílias brasileiras. Quando surge uma situação de emergência e não temos aquele dinheiro o jeito é recorrer a um parente ou algum amigo, seja com dinheiro ou aquela ajuda no cartão de crédito.

Um levantamento realizado pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) em todas as capitais revela que essa prática é comum no país. A cada dez brasileiros, quatro já pediram o cartão emprestado, principalmente para familiares devido ao vínculo afetivo.

O número equivale a 44% dos entrevistados da pesquisa e a maior parte do público é das classes C e D.  Fernando Abreu, 26 anos, é administrador e se endividou justamente por não saber utilizar o cartão. Hoje, quando precisa, busca o cartão da avó que tem um limite alto. “ Eu tinha um cartão de crédito com limite bom, infelizmente não consegui administrar, hoje quando preciso recorro ao cartão da minha avó” ressalta o jovem.

Apesar de usar o cartão de terceiros, 48% dos entrevistados alegaram que negariam um empréstimo para não correr o risco de calote.

A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, explicou as consequências e de quem seria a responsabilidade da dívida adquirida. “A responsabilidade sobre a dívida é sempre do titular daquela pendência financeira. Ajudar alguém em situação de necessidade é uma atitude correta, mas emprestar os documentos ou dinheiro para alguém que vive dificuldades pode ser arriscado. O maior perigo é ter o próprio CPF negativado caso o devedor não cumpra o acordo. Dizer ‘não’ pode até abalar a amizade, mas se a pessoa diz ‘sim’ sem pensar nas consequências do ato, corre o risco de perder não somente o amigo, mas também dinheiro e ficar com o nome sujo”, alerta a economista

Consumo

Dados da pesquisa mostram que geralmente os empréstimos são para adquirir itens que nem sempre são de primeira necessidade. Na liderança do ranking estão objetos como smartphones, TVs e notebook, com 28% de citações.  Em segundo lugar estão roupas e acessórios, e, por último, compras de supermercados 23%, eletrodomésticos 19%, produtos de farmácia 15% e móveis para casa com apenas 11%.

Para o educador financeiro do portal José Vignoli, a lista mescla produtos que poderiam ser adquiridos quando houvesse sobras no orçamento. A dica então é, poupar sempre para evitar momentos de apuro.