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SEGURANÇA PÚBLICA

PCC atua em 5 países e freio depende de acordo internacional, diz Jungmann

Ministro veio a Campo Grande para dar palestra no Fórum Permanente de Segurança na Fronteira, promovido pela OAB-MS.

Campo Grande News

19 de Julho de 2018 - 15:55

O PCC (Primeiro Comando da Capital) – hoje considerada a maior facção criminosa do Brasil, que domina também os presídios e atua nas ruas de Mato Grosso do Sul – já está atuando em cinco países da América do Sul. A informação foi dada pelo ministro da Segurança Pública do Brasil, Raul Jungmann, durante seminário em Campo Grande na manhã desta. Durante o evento, ele anunciou uma nova operação das forças de segurança na região de fronteira contra o crime organizado.

O representante do governo federal admite que é necessário investir mais no “fechamento” da fronteira, mas afirma que só um acordo internacional resolverá o problema. “Precisamos de uma legislação e acordos em comum entre os países, para hajam operações integradas das polícias, do Brasil, Paraguai e Bolívia por exemplo. Precisamos trocar dados e informações sobre o crime organizado”.

O ministro comentou ainda que vai propor no próximo mês em Buenos Aires, Argentina, a criação de órgão de segurança sul-americano. “Antes, facções cuidavam da distribuição e venda de drogas dentro do Brasil, além de manter seus territórios. Agora, estão vindo para a fronteira e se espalhando por outros países e se tornando produtores de droga”.

Investimentos nacionais – Sobre os investimentos internos, o ministro citou o lançamento da operação Fronteira Segura no próximo mês. A força-tarefa vai espalhar 300 homens da Força Nacional em pontos considerados estratégicos de nove Estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Paraná, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e claro, Mato Grosso do Sul.

O ministro garantiu também que dobrará o efetivo da PF (Polícia Federal) no Estado, após a chamada dos aprovados no concurso com 500 vagas para o Brasil aberto neste ano. Ainda pretende aumentar os recursos para o Sisfron (Sistema Integrado de Operações de Fronteira), embora em março deste ano o governo Michel Temer (MDB) tenha anuncia corte de R$ 60,5 milhões do programa.

Por último, Jungmann fala na criação de uma Coordenação Nacional de Fronteira, órgãos com base de dados e informações exclusivas sobre a fronteira.

Abandono – É de conhecimento geral que a fronteira está entregue ao crime. Após a morte de Jorge Rafaat Touman, comerciante de pneus e conhecido como “chefão” do crime organizado em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande, em 15 de junho de 2016, uma verdadeira guerra entre facções que disputam território se instalou na fronteira de Mato Grosso do Sul.

Desde 2015, o Governo de Mato Grosso do Sul tem cobrado medidas para reforçar o monitoramento das fronteiras. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) sempre reclamou da falta efetiva das forças nacionais no monitoramento de mais de 1,5 mil km de fronteira - 1.131 quilômetros com o Paraguai e 386 quilômetros com a Bolívia.