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Esporte

Ex-presidente da Ferrari, Sergio Marchionne morre de embolia aos 66 anos

Sob o comando do italiano, equipe voltou a brigar pelo título mundial da Fórmula 1, mas piora no estado de saúde o fez renunciar na última semana; comando da equipe passa a ser dividido.

Globo Esporte

25 de Julho de 2018 - 16:07

Ex-presidente da Ferrari e da Fiat, o italiano Sergio Marchionne morreu na manhã desta quarta-feira, aos 66 anos de idade, no Hospital Universitário de Zurique, capital da Suíça. Marchionne havia deixado todos os seus cargos na última semana, devido à piora de seu estado de saúde. Oficialmente, a causa do falecimento foi uma embolia, após complicações de uma cirurgia no ombro.

No entanto, segundo agências de notícias italianas divulgaram no momento da internação em Zurique, o problema na verdade se originou de um câncer que teria se espalhado, informação não confirmada. Marchionne não aparecia em público desde junho, quando se mostrou fraco e letárgico, o que só aumentava as especulações sobre uma eventual doença mais grave.

Até se afastar, Marchionne ainda vinha conciliando o cargo na Ferrari com o de mandatário da Fiat (proprietária da Ferrari), sendo considerado o grande responsável pela retomada do crescimento nas vendas da atual sétima maior montadora de automóveis do mundo, desde a fusão com a americana Chrysler.

Marchionne, que estava na Fiat desde 2003 e assumiu a presidência da Ferrari em 2016, deixa viúva e dois filhos, que ficaram com ele até os últimos momentos, em Zurique.

O novo presidente da Ferrari é o ítalo-americano John Elkann, neto do ex-presidente da Fiat, Gianni Agnelli, enquanto o egípcio Louis Camilleri, que já dirigiu a Philip Morris, principal patrocinadora da escuderia de Maranello, será o CEO. Antes de se afastar, Marchionne acumulava os dois cargos.

- Infelizmente, o que temíamos aconteceu. Sergio Marchionne, homem e amigo, se foi. Acredito que a melhor maneira de honrar sua memória é construir o legado que ele nos deixou, continuando a desenvolver os valores humanos de responsabilidade e abertura dos quais ele foi o mais fervoroso campeão. Minha família e eu seremos eternamente gratos pelo que ele fez. Nossos pensamentos estão com Manuela e seus filhos Alessio e Tyler - disse Elkann, após o anúncio do falecimento.

Com Marchionne, Ferrari ressurgiu

Marchionne assumiu a Ferrari no lugar do que viria a ser seu desafeto Luca di Montezemolo. Sob seu comando, a equipe reestruturou seu departamento técnico, apostando em profissionais italianos em detrimento de estrangeiros. A recuperação foi rápida, a ponto de a Ferrari brigar pelo título do ano passado com a Mercedes e liderar o Mundial de Construtores de 2018 até a última prova, na Alemanha.

Por outro lado, Marchionne sempre fez jogo muito duro com o Liberty Media, grupo que assumiu o controle comercial da F1, e por diversas vezes ameaçou com a saída da Ferrari da categoria caso as mudanças não estivessem alinhadas aos interesses do time.

Na questão desportiva, Marchionne deixou pendente uma questão importante, a da escolha do companheiro de equipe de Sebastian Vettel na temporada 2019. Segundo o jornal "La Gazzetta dello Sport", que pertence ao Grupo Fiat, Charles Leclerc, hoje na Sauber, será piloto da Ferrari no ano que vem.

Equipes rivais se solidarizam

Confirmada a morte de Sergio Marchionne, as equipes rivais da Ferrari na pista demonstraram solidariedade nas redes sociais. A primeira a publicar mensagem foi a grande adversária da escuderia italiana na atualidade, a Mercedes.

"É um dia triste para todos nós na Fórmula 1. Perdemos um grande apoiador do nosso esporte, um competidor ferrrenho, e um amigo. Nossos sentimentos de coração estão com a família de Sergio e todos na Scuderia Ferrari neste momento difícil", escreveu no Twitter o chefão da Mercedes, Toto Wolff.

Maior rival da Ferrari na história da Fórmula 1, a McLaren também publicou mensagem de condolências pela morte de Sergio Marchionne:

"Todos na McLaren estão tristes ao ouvir que Sergio Marchionne foi embora. Nossos respeitos e condolências à sua família e a todo o time da Scuderia Ferrari".

Presidente do Liberty Media, Chase Carey esqueceu as divergências recentes com Marchionne e disse que suas "contribuições à Fórmula 1 eram imensuráveis".

Entre os pilotos, o monegasco Charles Leclerc, que é candidato a uma vaga na Ferrari no ano que vem, o finlandês Valtteri Bottas, e o brasileiro Felipe Massa, que foi piloto da Ferrari por oito temporadas, se manifestaram.

Pertencente ao grupo Fiat, o clube de futebol Juventus também lamentou o falecimento.