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Política

Mochi renuncia à reeleição para disputar governo pelo MDB, mas pode ter vaga no TCE como compensação

Um dos entusiastas da candidatura do presidente da Assembleia é o deputado Eduardo Rocha, marido da senadora.

Flávio Paes/Região News

15 de Agosto de 2018 - 11:33

Mochi renuncia à reeleição para disputar governo pelo MDB, mas pode ter vaga no TCE como compensação

A escolha do deputado Junior Mochi, presidente da Assembleia Legislativa, como candidato ao Governo do MDB, inicialmente está sendo interpretada nos meios políticos como uma espécie de “candidatura fake”, que visa garantir espaço para uma chapa de candidatos a deputado estadual do partido. Mochi abriu mão de uma reeleição certa, mas deve ser recompensado com uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas.

Nasce sem a pretensão de ser competitiva ao ponto de ameaçar a reeleição do governador Reinaldo Azambuja, que passa a contar com um adversário dos sonhos, porque a disputa de verdade, será com o juiz aposentado Odilon de Oliveira, um outsider da política, uma versão mais suave do presidenciável Jair Bolsanaro, até aqui favorito na disputa sem o ex-presidente Lula.

Verdade ou especulação, aliás, é esta a percepção inicial dos meios políticos com a entronização de Mochi na disputa parara o Governo, diante da impossibilidade da candidatura de André Puccinelli (preso desde o último dia 20) e da desistência da senadora Simone Tebet. “Quem indicou o Junior candidato não foi o MDB, mas Reinaldo” ironizou um dirigente do PDT ao avaliar o quadro sucessório para o repórter.

Um dos entusiastas da candidatura do presidente da Assembleia é o deputado Eduardo Rocha, marido da senadora, que sempre defendeu publicamente a composição direta com o governador, na eventualidade de André não se candidato. Serie ele o responsável pelas tais “razões familiares” mencionadas em nota pela senadora para justificar sua decisão de renunciar à candidatura.

O chapão com os tucanos se inviabilizou por causa do tamanho da coligação que apoia Reinaldo (integrada por 14 partidos).  Há quem jure que o próprio governador teria dado o “sinal verde” para a escolha de Mochi. A mesma estratégia parece ter sido usada em relação ao PT que lançou um candidato sem grande expressão política, o ex-prefeito  de Mundo Novo, Humberto Amaducci.

Em contrapartida aposta suas fichas na eleição de Zeca do PT para uma das vagas ao Senado. A outra estaria reservada para o ex-prefeito da Capital, Nelson Trad. O ex-secretário Marcelo Migliorini, candidato tucano, foi reservado o papel de apenas completar a chapa. Para que toda estratégia dê certo é preciso que o povo compre a ideia.

Há certo otimismo entre governistas, que com base em pesquisas, não acreditam que a candidatura do juiz Odilon de Oliveira tenha gás suficiente para suplantar a estrutura político-partidária montada pelo PSDB.

Currículo - Mochi foi eleito prefeito de Coxim em 1996 e reeleito em 2000. Dois anos depois, chegou à Assembleia Legislativa, sendo reeleito deputado estadual em 2010 e 2014. Em 2015, foi eleito presidente da Casa de Leis, sendo reeleito por antecipação no ano seguinte.

O partido tem até hoje para registrar a candidatura e enfrenta a debandada de partidos que estava na composição, entre eles o PSC, que chegou a indicar o candidato à vice, o procurador Sérgio Harfouche, que vai ser candidato ao Senado.