Política
Temer volta a criticar Alckmin em vídeo e diz que PSDB apoiou seu governo
Presidente diz que tucanos o ajudaram a governar e pede que ex-governador não minta para conseguir votos; Fernando Haddad, do PT, também foi alvo de vídeo publicado pelo presidente
Estadão
06 de Setembro de 2018 - 16:20
Mais uma vez, o presidente Michel Temer usou as redes sociais para criticar candidatos à Presidência da República - nas últimas horas, ele publicou dois vídeos com críticas a Geraldo Alckmin (PSDB) e um criticando Fernando Haddad (PT). No início da manhã desta quinta-feira, 6, um dia depois de ir a público dizer que os partidos que apoiam Alckmin fazem parte de seu governo, o presidente disse que o próprio PSDB participou da gestão desde o começo. Nos últimos dias, o tucano tem criticado o emedebista e disse que sua gestão foi um fracasso em áreas como saúde e educação. No começo da tarde, o alvo foi Haddad. Temer ironizou a situação do petista, que deve assumir a cabeça da chap, já que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi declarado inelegível pela Justiça.
Temer citou os ministros José Serra (Relações Exteriores), Bruno Araújo (Cidades) eAntônio Imbassahy (Secretaria de Governo) como exemplos da proximidade do PSDB e sua gestão. Segundo o presidente, esses ministros o ajudaram muito durante o mandato. "Não faça como aqueles que mentem para conseguir votos", acrescentou. "Seja realista e conte a verdade."
No primeiro vídeo, divulgado na noite de quarta-feira, Temer ressaltou que os partidos que compõem a coligação do tucano na campanha eleitoral são os mesmos que integram a base do seu governo e que, inclusive, comandaram os ministérios em áreas criticadas. O presidente diz ainda que, se Alckmin for eleito, ele terá a mesma base partidária para governar e pede para que o tucano pare de ouvir seus marqueteiros.
Na Sabatina Estadão-Faap com os presidenciáveis, na manhã desta quarta, Alckmin disse que não votou em Temer. "O PSDB votou naquilo que acredita e não é por ser do governo", disse. "Na época defendi não participar do governo. O problema não são os ministros é o presidente, que não tem a liderança que precisa ter nem a legitimidade que precisa ter."
No primeiro vídeo, o presidente citou os ex-ministros Mendonça Filho (DEM), que comandou a Educação, Ricardo Barros (PP), que esteve à frente da Saúde, Marcos Pereira (PRB), que foi da Indústria e Comércio e, sem citar nomes, diz que o PTB comandou o Ministério do Trabalho. Temer afirma que estas áreas foram bem administradas em seu governo e lembra que os partidos de seus ex-ministros apoiam a candidatura de Alckmin.
As críticas da campanha do tucano estão sendo incentivadas por dirigentes do chamado centrão, bloco partidário que engloba as siglas citadas por Temer. A avaliação do PSDB, no entanto, é a de que Alckmin precisa se descolar do governo Temer para não perder as eleições presidenciais.