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Política

Agressor de Bolsonaro é transferido para presídio de Campo Grande

Adélio Bispo, que deu uma facada em Jair Bolsonaro será levado para um presídio federal.

G1

08 de Setembro de 2018 - 09:06

Agressor de Bolsonaro é transferido para presídio de Campo Grande

Adélio Bispo, que deu uma facada em Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, deixou Juiz de Fora, Minas Gerais, para Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, por volta das 6h55 deste sábado, dia 08 de setembro. 

A gerência do Aeroporto Francisco Álvares de Assis informou que a previsão de voo até a cidade de Ribeirão Preto (SP) é de 2h40, onde o avião fará uma escala. Após essa parada, a aeronave segue para Campo Grande com tempo estimado de voo de mais 1h30, com previsão de chegadas às 12 horas, horário de Brasília. Ele será levado para um presídio federal. Ele é levado em um avião da Polícia Federal. 

A transferência foi determinada pela Justiça Federal durante a audiência de custódia, na tarde desta sexta-feira (7). 

Adélio Bispo foi preso pela Polícia Militar de Minas Gerais logo após Bolsonaro ser atacado em Juiz de Fora e, segundo a PM, Bispo confessou ser o autor da facada no candidato. 

A Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso e já indiciou Adélio Bispo por "atentado pessoal por inconformismo político". 

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Prisão preventiva 

Durante audiência de custória a juíza federal Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho, da 2ª Vara de Juiz de Fora, converteu a prisão em flagrante do suspeito em prisão preventiva, sem prazo determinado. 

Ao negar a soltura, a juíza escreveu que Adélio Bispo de Oliveira representa risco à sociedade. 

Na decisão, a juíza afirma que a defesa apontou insanidade mental, mas que isso deve ser informado por escrito no processo e analisado pelo juiz que for tratar do caso. 

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A magistrada também determinou que Adélio Bispo de Oliveira passe por atendimento médico, uma vez que reclamou de dores durante a audiência. 

"Tendo em vista que o custodiado reclamou de dores no corpo durante sua oitiva, determino que passe por atendimento médico junto ao CERESP, antes de sua transferência ao presidio federal." 

Observações da juíza 

No termo da audiência de custódia, a juíza afirmou que trata-se de "delito grave". "Trata-se de delito grave, que revela profundo desrespeito à vida humana e ao Estado Democrático de Direito, notadamente, a liberdade constitucional de manifestação dos ideais políticos, afetando de forma direta no processo eleitoral." 

Na avaliação dela, trata-se de delito "adredemente planejado, tendo sido desferido golpe de faca no abdômen, sem direito de defesa da vítima", o que criou "grande comoção pública". Para ela, não há dúvidas da participação de Adélio. 

"Observo que existem imagens do delito, fortes, diga-se de passagem, as quais não deixam dúvida acerca da materialidade delitiva." 

A juíza também considerou que as investigações devem prosseguir para identificar se houve envolvimento de outras pessoas e frisou que "até o momento, não (foi) descartado envolvimento politico-partidário". 

Ataque a Bolsonaro 

Bolsonaro levou uma facada enquanto participava de uma caminhada no centro de Juiz de Fora. Logo após o ataque, ele foi levado à Santa Casa de Misericórdia da cidade. 

O hospital informou que ele deu entrada na emergência com uma "lesão por material perfurocortante na região do abdômen". 

O candidato sofreu uma grave perfuração no intestino grosso. 

Nesta sexta, Bolsonaro foi transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. No Twitter, o candidato disse que está bem e se recuperando. 

Investigação 

Além de Adélio Bispo, outras duas pessoas são investigadas pela Polícia Federal nesse caso, de acordo com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que não deu detalhes sobre as apurações. 

O ministro evitou falar sobre qual seria a motivação do ataque. Jungmann afirmou que a PF está trabalhando com o setor de inteligência para reconstituição dos passos de Adélio Bispo e toda a rede de relacionamentos dele. 

'A mando de Deus' 

Em depoimento, Adélio Bispo afirmou que deu a facada em Jair Bolsonaro "a mando de Deus", segundo boletim de ocorrência. 

Adélio também disse que agiu sozinho, sem ajuda de partido político ou empresa. Policiais federais consideraram o depoimento do suspeito como declarações de uma pessoa conturbada.