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Economia

Cerca de 2 milhões de mesários devem trabalhar no 1º turno das eleições 2018

No 2º turno, número de mesários pode cair para três em cada seção.

G1

10 de Setembro de 2018 - 13:21

Pelo menos 1,9 milhão de mesários devem trabalhar em todo o Brasil durante o 1º turno das eleições deste ano. A estimativa é do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base em uma norma que determina, no mínimo, quatro mesários por seção eleitoral. Segundo o TSE, cerca de 50% do total de mesários são voluntários.

No exterior, aproximadamente 7 mil pessoas também participam como mesários em seções eleitorais. Esse eleitor poderá votar apenas para presidente.

O número exato de mesários só deve ser oficializado após o 1º turno das eleições, de acordo com o TSE. Nas eleições de 2014, o órgão estimou em 2,4 milhões o número de pessoas atuando como mesários. Em 2010, o número divulgado foi de 2,1 milhões de mesários.

Para ser mesário, o eleitor precisa completar 18 anos até o 1º turno das eleições e tem de estar em dia com a Justiça Federal. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) estimulam que os eleitores se voluntariem para a atividade pelo programa "Mesário Voluntário". Candidatos e os respectivos parentes não podem ser mesários. Neste ano, os mesários foram convocados até 8 de agosto.

O estado de São Paulo reúne o maior número de mesários. Serão, pelo menos, 388.672 mesários distribuídos em quase 100 mil seções eleitorais. Cada mesário recebe um auxílio-alimentação por turno trabalhado. O valor é determinado por cada estado, obedecendo o teto de R$ 35, segundo uma portaria do TSE publicada em fevereiro de 2017. Em SP, o valor é de R$ 30.

Veja outros benefícios em ser mesário:

  • Dois dias de folga para cada dia trabalhado como mesário;
  • Dois dias de folga para cada dia de treinamento oferecido pela Justiça Eleitoral;
  • Certificado dos serviços prestados à Justiça Eleitoral;
  • Auxílio-alimentação de até R$ 35;
  • Preferência no desempate em concursos públicos (desde que previsto em edital);
  • Utilização das horas trabalhadas nas eleições como atividade curricular complementar em algumas universidades.

Apenas o presidente da seção eleitoral e o 1º secretário participam do treinamento presencial oferecido pela Justiça Eleitoral. Para os demais mesários, o TSE disponibilizou um vídeo para o treinamento online, o manual do mesário e o guia rápido do mesário. Também há um aplicativo do TSE chamado "Mesário", para aparelhos Android e iOS.

Já Roraima deve contar com 5.164 mesários no 1º turno das eleições e é também o estado com o menor número de seções eleitorais. No total, 331.490 eleitores devem ir às urnas no estado. Em seguida, o Amapá tem o segundo menor número de mesários: 6.816 pessoas devem ajudar no 1º turno das eleições no estado onde votam aproximadamente 500 mil eleitores.

O mestrando em ciência política Bruno Pessoa, de 33 anos, será mesário pela quinta vez nas eleições deste ano. A experiência promete ser, porém, um pouco diferente já que ele ocupará pela primeira vez o posto de presidente da seção eleitoral. O estudante é mesário numa seção eleitoral a poucos metros de sua casa, numa escola particular na Lapa, Zona Oeste da capital.

No 1º turno das eleições, Bruno deve chegar ao local às 7h, uma hora antes dos demais eleitores, para ajudar a organizar a seção. Os mesários devem, por exemplo, prender cartazes com informações e avisos à parede, ligar a urna, imprimir a zerésima (comprovante emitido por cada seção eleitoral antes do início de cada votação), encapar os fios etc.

Apesar de haver uma hierarquia na seção eleitoral, Bruno conta que há alguma liberdade para as funções serem alternadas e que “na hora, você acaba fazendo de tudo um pouco”.

A fila na seção eleitoral de Bruno não costuma ser longa. Então ele acredita que boa parte dos eleitores fica satisfeito com o trabalho da equipe. Ao fim do dia, depois das 17h, Bruno conta que os mesários também são responsáveis por guardar tudo, preencher a ata da seção eleitoral, imprimir os boletins de urna e, inclusive, fixar uma das vias na parede. Assim, os eleitores podem ver o resultado daquela seção eleitoral.

“As pessoas mais idosas não conseguem mexer na urna. Às vezes acabam votando para deputado estadual como se fosse para presidente e acha que a votação foi encerrada. E a gente tem de informar que a votação ainda está habilitada”, lembra Bruno, ao dizer que o eleitor precisa retornar e encerrar a votação.

Em fevereiro deste ano, o TSE negou que o eleitor que muda de cidade e transfere o título de eleitor tem mais chance de ser convocado pela Justiça Eleitoral para ser mesário. A lei diz que os mesários são, preferencialmente, eleitores da própria seção eleitoral, dos quais se sobressaem "os diplomados em escola superior, os professores e os serventuários da Justiça".

O porta-voz do Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF), Fernando Velloso Filho, diz que mesários que já foram convocados em eleições anteriores são mais propensos a serem convocados novamente porque já têm algum conhecimento e facilitam o processo.

Fernando afirma, porém, que 78% dos 31.164 mesários do DF são voluntários. Segundo ele, o perfil dos mesários é semelhante ao do eleitorado do DF, com pessoas na faixa de 30 a 50 anos. Ele conta que o benefício da folga tem repercussão e serve como um chamariz para os servidores públicos.

"Outro fator é porque, em geral, os ambientes de votação são propícios, perto de casa, em ambiente com boa infraestrutura, perto da comunidade onde ele [o mesário] mora", acrescenta.

Neste ano, lembra Fernando, os mesários ainda podem contar com a ajuda do aplicativo "Mesário", do TSE, disponível para Android e iOS. O aplicativo reúne orientações ao mesários em variadas situações, como o da biometria não reconhecida, o encerramento da votação, a justificativa eleitoral, os procedimentos caso falte de energia no local, entre outros.

A plataforma também tem uma aba com as tarefas dos mesários e os materiais disponíveis para cada seção eleitoral. O mesário também pode testar os conhecimentos em um quiz sobre as eleições deste ano.