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Policial

No depoimento à Polícia, mulher negou aborto e garantiu que ignorava gravidez

Lucilene disse que não se lembra de ter abortado no banheiro do seu local de trabalho.

Flávio Paes/Região News

13 de Setembro de 2018 - 09:22

No depoimento à Polícia, mulher negou aborto e garantiu que ignorava gravidez

No depoimento que prestou ao delegado da época, Carlos Eduardo Trevelin, Lucilene Brites garantiu que não sabia que estava grávida embora há seis meses não menstruasse. Atribuiu a interrupção ao anticoncepcional que vinha usando. Disse que não se lembra de ter abortado no banheiro do seu local de trabalho (a Seara) na noite do dia 4 de agosto de 2017, uma segunda-feira.  

Ela contou que no dia do aborto, por volta das 21h30, durante seu turno de trabalho passou mal e foi ao banheiro, quando percebeu a hemorragia vaginal, que imaginou ser menstruação. 

A partir daí seu depoimento foi pouco esclarecedor. Disse não se lembrar de onde a criança nasceu, se estava viva ou não. Conta que desmaiou e se recorda de ter acordado entrando no ônibus no retorno para casa no Quebra Coco, onde seu marido a esperava no ponto. Em casa, prosseguiu no relato, como a hemorragia se mantinha, seu marido a trouxe para ser atendida em Sidrolândia. 

No hospital, o plantonista a questionou sobre uma possível gravidez, mas ela negou, revelando apenas o atraso menstrual. Com base na ultrassonografia o médico percebeu a dilatação do útero e concluiu que a paciente estivera gestante há poucos dias. Diante da suspeita de que a trabalhadora provocara o aborto, o médico comunicou a Delegacia.  

No dia seguinte, 8 de agosto, os policiais iniciaram as investigações e concluíram que de fato Luciene tinha abortado uma criança dentro do banheiro do Frigorífico Seara. Em diligência no distrito de Quebra Coco, interrogaram o marido dela, Gregório Antônio Farias. Ele admitiu ter ajudado a enterrar o feto, encontrado por suas filhas na mochila da mulher que a deixou sobre a cama. No desespero, teria resolvido abrir uma cova de 30 centímetros onde enterrou o corpo.  

Argumentou que na pressa de trazer a mulher para atendimento em Sidrolândia, não teria percebido nada de anormal na mochila. Ele disse que desconhecia a gravidez da esposa. “Ela também não sabia da gravidez. Não teria problema de criar o quarto filho. Desde que soube da gravidez de nossa filha do meio, de 17 anos, todo mês comprava roupa para o enxoval do neto e já tinha até adquirido o guarda roupinha”. 

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