Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Março de 2024

Esporte

Rafaela Silva perde para canadense na estreia do Mundial e foca na disputa por equipes

Medalhista de ouro na Rio 2016 é eliminada após waza-ari aplicado por Jessica Klimkait no estouro do tempo, na rodada de abertura da categoria até 57kg.

Globo Esporte

22 de Setembro de 2018 - 10:15

O terceiro dia de competições no Mundial de Baku não vai deixar saudade para o judô brasileiro, muito menos para Rafaela Silva. Única representante do país a entrar em ação neste sábado, a carioca foi surpreendida logo na rodada inicial pela canadense Jessica Klimkait, número 10 do mundo, e acabou eliminada na categoria até 57 kg. Rafaela Silva retornará ao tatame da National Gymnastics Arena na próxima quinta-feira, 27, para o Mundial por Equipes Mistas.

A luta 

Medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos Rio 2016, Rafaela encontrou uma dura oponente na estreia de seu 8º Mundial. No início do combate, Rafaela foi mais agressiva e forçou uma punição a Klimkait. Em seguida, foi a vez da brasileira levar duas punições em sequência e ficar em desvantagem. Rafaela, no entanto, reagiu fazendo a adversária ser punida pela segunda vez, empatando as punições. 

A luta seguiria para o golden score, mas bem perto do estouro do tempo, a brasileira tentou fazer uma transição para pegar o braço de Klimkait e a arbitragem considerou um waza-ari aplicado pela canadense, dando a vitória à oponente de Rafaela. A decisão irritou a campeã olímpica, que não se conformou e chegou a dar dois fortes tapas no tatame. Após o triunfo sobre Rafaela Silva, Jessica Klimkat derrotou na sequência Sandra Borges, de Cabo Verde, e se qualificou para enfrentar a mongol Sumiya Dorjsuren na sequência da disputa pela medalha de ouro no Azarbaijão. 

Semelhança com caminho de 2016 e foco em Tóquio 2020 

Técnico da seleção feminina, Mario Tsutsui explicou o que aconteceu no combate e lembrou que o episódio da eliminação tem semelhança com o contexto que terminou no ouro de 2016. 

- Ela foi para a chave de braço rolando junto e, com isso, a arbitragem achou que foi ponto para a canadense. Está parecendo o caminho que ela trilhou em 2016. Ela antes (no Mundial de 2015), na primeira luta, foi eliminada por uma canadense, saiu chorando, e a gente conversou explicando que a caminhada era longa e que em 2016 era o ano da Olimpíada. Agora está acontecendo a mesma coisa: uma canadense na frente - lembrou Tsutsui. 

O treinador frisou ainda a necessidade de não perder o foco apesar do revés no Azerbaijão, e confia numa melhor participação da campeã olímpica na disputa por equipes mistas. 

- Vamos pensar lá para frente. 2020 está aí, vamos buscar o bi olímpico e trabalhar. Ela saiu muito chateada, mas acho que agora está mais calma, mais consciente da luta. Rafaela é uma atleta muito competitiva. Normalmente, ela luta bem na equipe e a gente espera que ela possa ajudar bastante ainda a equipe nesse torneio misto - concluiu Tsutsui. 

O Mundial de Baku é apenas a quarta competição de Rafaela no ano. Em janeiro, ela passou por cirurgia no cotovelo esquerdo e só retornou ao Circuito Mundial em maio, no Grand Prix de Hohhot. Lutou, em seguida, o Grand Prix de Zagreb, onde ficou em quinto. Sua última competição antes do Mundial foi o Grand Prix de Budapeste, de onde foi campeã. 

Brasil terá três judocas em ação no domingo 

As disputas do Mundial continuam neste domingo e o Brasil terá outros três judocas no tatame. Ketleyn Quadros (63kg) tentará conquistar sua primeira medalha em mundiais, enquanto Eduardo Yudy Santos (81kg) e Victor Penalber (81kg) buscarão um pódio para a equipe masculina. As preliminares começarão às 3h e o bloco final com repescagens, semifinais e finais será a partir das 9h.