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Política

CNJ manda afastar juiz que queria usar Exército para recolher urnas às vésperas da eleição

Na hipótese de ser afastado, Rocha Cubas poderá receber sua remuneração normalmente.

Midiamax

29 de Setembro de 2018 - 08:25

Corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Humberto Martins determinou, na sexta-feira (28), o afastamento por tempo indeterminado do juiz federal Eduardo Luiz Rocha Cubas, de Goiás. O magistrado informou ao Comando do Exército que mandaria os militares recolherem as urnas eletrônicas para que passarem por perícia.

O magistrado, segundo o G1, já havia questionado a segurança das urnas ao lado de um dos filhos do candidato à presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro.

A ação popular, sigilosa, tramita em Formosa (GO). A AGU (Advocacia Geral da União) teve conhecimento da ação a partir de comunicado da consultoria jurídica do Comando do Exército, informando que, no dia 10 de setembro, Rocha Cubas teria decido, monocraticamente, que o Exército deveria indicar um oficial para realizar teste de segurança nas urnas.

No dia 25 de setembro, conforme o G1, o juiz teria apresentado informações sigilosas dizendo que notificaria oficialmente o Exército na sexta-feira (5), às vésperas da eleição, sobre o recolhimento das urnas para perícia, de modo que não houvesse tempo da decisão ser derrubada perla Justiça.

“Reitere-se, a gravidade é extrema e as consequências de eventual omissão deste órgão correicional podem acarretar sérios danos à estabilidade jurídica e ao estado democrático de direito”, diz o despacho. Para o ministro, o juiz federal tentava interferir na competência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

A Corregedoria, conforme o G1, investiga suspeita de violação dos deveres funcionais do magistrado. O plenário do CNJ deve analisar seu afastamento no próximo dia 9 de outubro. Na hipótese de ser afastado, Rocha Cubas poderá receber sua remuneração normalmente.

O procedimento ao qual o magistrado será submetido pode culminar na sua aposentadoria compulsória, punição máxima aplicada aos juízes, e mesmo assim, ainda segundo o G1, continuará recebendo seu salário.