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Economia

Por três anos seguidos, Brasil fecha mais empresas do que abre, diz IBGE

Fechamento provocou recuo de 3,8% no pessoal ocupado e de 1,6% no pessoal assalariado.

G1

03 de Outubro de 2018 - 10:02

Por três anos seguidos, Brasil fecha mais empresas do que abre, diz IBGE

Por três anos seguidos o Brasil registrou saldo negativo de empresas formais – mais empresas foram fechadas que abertas no país. É o que aponta um levantamento divulgado nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa, em 2016 deram entrada no mercado 648.474 empresas – o número mais baixo desde o início da série histórica do levantamento, iniciado em 2008 – enquanto 719.551 registraram saída.

Desde 2014 o número de fechamentos tem superado o de aberturas. O saldo negativo de 2016 foi mais intenso que no ano anterior, mas menos intenso que em 2014, ano em que o país registrou recorde na saída de empresas.

Segundo o IBGE, em 2016 o segmento de eletricidade e gás foi o que registrou a maior taxa de saída de empresas do mercado (26,3%), seguido pelo de construção (21,1%), informação e comunicação (19,6%) e outras atividades de serviços (19,3%).

Já a entrada de empresas teve maiores taxas observadas nos segmentos de atividades financeiras, seguros e serviços relacionados (20,2%), atividades imobiliárias (19,5%) e atividades profissionais, científicas e técnicas (19,4%).

O IBGE destacou que, considerando o período de 2008 a 2016, "todas as seções de atividades apresentaram decréscimos" quanto a taxa de entrada no mercado, sendo as maiores quedas registradas nos segmentos de eletricidade e gás (-12 pontos percentuais), artes, cultura, esporte e recreção (-11,8 p.p.), outras atividades de serviços (-10,5 p.p.) e construção (-10,2 p.p.).

O levantamento foi feito pelo IBGE com base no Cadastro Central de Empresas (CEMPRE). Em 2016, essa base de dados tinha cerca de 4,5 milhões de empresas ativas que ocupavam, aproximadamente, 38,5 milhões de pessoas. Do total de pessoas ocupadas, 32 milhões (83,1%) eram assalariadas e 6,5 milhões (16,9%) estavam na condição de sócio ou proprietário.

O IBGE destacou que, na comparação com 2015, houve queda de 4,2% no total de pessoal ocupado (1,7 milhão) e de 4,8% no pessoal ocupado assalariado (1,6 milhão).

O salário médio mensal em 2016 foi de R$ 2.328, o equivalente a 2,6 salários mínimos, que à época era de R$ 880 - média mensal inferior a de 2015, quando havia sido de 2,8 salários mínimos.

Sobrevivência no mercado

O levantamento apontou que das 4,5 milhões de empresas ativas em 2016, 3,8 milhões (85,5%) eram sobreviventes, ou seja, já tinham mais de um ano de existência.

Dentre as 648,5 mil que deram entrada naquele ano (14,5% do total de empresas ativas), 463,7 mil (71,5%) haviam acabado de ser criadas, enquanto 184,7 mil (28,5%) foram reativadas.

A idade média das empresas sobreviventes em 2016 era de 11,2 anos. Todavia, o estudo mostrou que dentre as empresas sobreviventes naquele ano, apenas 38% tinham 5 anos de existência.

  • 75,2% sobreviveram até 2012
  • 64,5% sobreviveram até 2013
  • 52,5% sobreviveram até 2014
  • 45,4% sobreviveram até 2015
  • 38% sobreviveram até 2016

Ou seja, o levantamento mostrou que uma em cada quatro empresas criadas em 2011 não sobreviveram após o primeiro ano.

O IBGE ressaltou que as mais altas taxas de sobrevivência, em todo o período de 2012 a 2016, foram de empresas ligadas às atividades de saúde humana e serviços sociais e atividades imobiliárias. Já a taxa de sobrevivência mais baixa foi das empresas ligadas ao comércio e à reparação de veículos automotores e motocicletas.