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Esporte

Último teste para final mostra erros que Corinthians não pode repetir na Copa do Brasil

Timão cria pouco, até tem bons momentos, mas tem dura derrota diante do Flamengo.

Globo Esporte

06 de Outubro de 2018 - 07:05

O Corinthians que inicia a decisão da Copa do Brasil contra o Cruzeiro, na próxima quarta-feira, em Belo Horizonte, será praticamente o mesmo da derrota por 3 a 0 para o Flamengo, nesta sexta, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O duelo foi encarado pelo técnico Jair Ventura como um último ensaio para a final – e, mais uma vez, ele viu uma defesa mal na bola aérea e um ataque que cria pouco. Uma derrota dura em noite que teve mais de 40 mil em Itaquera e viu a estreia da terceira camisa do Timão, em homenagem a Ayrton Senna. Não só isso: é a pior derrota do Corinthians na história de sua arena.

A foto que abre este texto (veja acima) traduz bem o sentimento do técnico após o apito final. Seus gestos em campo também: mais enérgico, irritado com o árbitro, reclamando, chamando jogadores para conversas ao pé do ouvido...

No teste contra o Flamengo, as virtudes e deficiências deste Corinthians voltaram a ficar claras. A cinco dias do jogo do ano (até o momento) para o clube, Jair teve um bom panorama do que deve manter e o que pode mudar para enfrentar o Cruzeiro em duas partidas decisivas.

O recado das arquibancadas veio no fim do jogo: "É quarta-feira!".

Abaixo, três pontos que o Corinthians precisa melhorar:

A marcação pelas laterais sofreu com os avanços de Éverton Ribeiro e Vitinho – este último, principalmente, deitou e rolou em cima de Gabriel, improvisado na lateral direita. A solução aqui é simples: Fagner deve estar à disposição e jogar a final;

A bola aérea, mais uma vez, deixou o Corinthians em apuros mesmo em casa. No primeiro gol do Flamengo, Paquetá sobra para Gabriel na marcação – e o volante, bem mais baixo, perde a disputa. Depois, no segundo, o mesmo Paquetá está sozinho para pegar a sobra de outro escanteio, com os corintianos quase dentro do gol;

A criação ofensiva dependeu demais de Jadson, de novo. Clayson viveu noite pouco inspirada, enquanto Mateus Vital, por dentro, perdeu chance incrível de abrir o placar no primeiro tempo após receber "presente" da defesa do Flamengo. Faltou concentração. No banco de reservas, Pedrinho é a melhor opção. Por que não usá-lo desde o início?

O Corinthians até começou bem o jogo, montado com duas linhas de quatro jogadores, esperando o Flamengo em seu campo e buscando contra-ataques. Em dado momento do primeiro tempo, a posse de bolachegou a ser de 71% a 29% a favor do Rubro-Negro.

Duvida dessa pressão? Veja a sequência abaixo, um print do Tempo Real do jogo mostrado pelo GloboEsporte.com:

Vitinho, como já foi dito neste texto, jogou pelo lado de Gabriel – que, além de sofrer na defesa, não conseguiu subir ao ataque e ajudar Romero (e nem seria sua função mesmo). Mas, indiretamente, a ausência de Fagner também afetou o paraguaio, sumido na partida.

Isso tudo ocorreu antes dos dois gols de Paquetá, no início do segundo tempo. Depois deles, mais dois problemas ficaram expostos:

Assim como fez contra o mesmo Flamengo no jogo de volta da semifinal da Copa do Brasil, o Corinthians sentiu os gols – na outra ocasião, levou o empate e passou o resto do primeiro tempo sofrendo e dependendo de defesas de Cássio. O emocional pode fazer diferença na decisão;

Na hora do aperto, a falta de peças de reposição no elenco se faz presente. Quando precisou do resultado, Jair Ventura lançou Emerson Sheik e Danilo no jogo. Em 2012, seria ótimo. Hoje... O que preocupa é que não há tantas opções no banco além dos veteranos.

Contra o Cruzeiro, Douglas está suspenso. Depois da apresentação ruim de sexta-feira, o Corinthians deve ter Gabriel e Ralf como volantes, mais posicionados à frente da zaga, para, quem sabe, assegurar outro empate sem gols fora de casa – como fez na semifinal diante do Flamengo. Daquela vez, deu certo... No Mineirão, a missão será mais difícil.