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Economia

Celulose e carnes de bovinos e aves alavancam exportações de industrializados de MS

Apenas em setembro, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 287,4 milhões.

Daniel Pedra/Fiems

16 de Outubro de 2018 - 07:44

Celulose e carnes de bovinos e aves alavancam exportações de industrializados de MS

Celulose, carnes desossadas de bovinos congeladas, carnes desossadas de bovinos refrigeradas e pedaços e miudezas de aves congelados são os principais produtos responsáveis pelo crescimento de 23% na receita com exportações de industrializados de Mato Grosso do Sul nos primeiros nove meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, que aumentou de US$ 2,19 bilhões para US$ 2,69 bilhões, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems.

Apenas em setembro, a receita com a exportação de produtos industriais alcançou US$ 287,4 milhões, apresentando estabilidade em relação ao mesmo mês de 2017, quando o valor foi de US$ 286,8 milhões. “Ainda assim, esse foi o melhor resultado para o mês de setembro dos últimos cinco anos”, de acordo com avaliação do coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.

Quanto à participação relativa, no mês, a indústria respondeu por 76% de toda a receita de exportação de Mato Grosso do Sul, enquanto no acumulado do ano a participação ficou em 60%. O economista explica que, de janeiro a setembro, os principais destaques ficaram por conta dos grupos “Celulose e Papel”, “Complexo Frigorífico”, “Extrativo Mineral”, “Óleos Vegetais”, “Açúcar e Etanol” e “Couros e Peles”, que, somados, representaram 98% da receita total das vendas sul-mato-grossenses de produtos industriais ao exterior.

Celulose e carnes

No grupo “Celulose e Papel”, a receita no período avaliado foi de US$ 1,41 bilhão, crescimento de 94% nos nove meses de 2018 comparado com a somatória de janeiro a setembro de 2017, dos quais 97,6% foram obtidos apenas com a venda da celulose (US$ 1,38 bilhão), tendo como principais compradores China, com US$ 758,8 milhões, Itália, com US$ 160 milhões, Holanda, com US$ 129,1 milhões, Estados Unidos, com US$ 92,7 milhões, e Coreia do Sul, com US$ 37,9 milhões.

“A produção de celulose segue em expansão, registrando recordes consecutivos nos últimos anos. Tal resultado é derivado da demanda externa aquecida, principalmente na China e na Europa, que são os principais mercados de destino da nossa produção. O cenário continua positivo para 2018, com preços em elevado patamar e produção em crescimento”, destacou Ezequiel Resende.

Já no grupo “Complexo Frigorífico” a receita conseguida na soma de janeiro a setembro deste ano foi de US$ 686,3 milhões, uma redução de 1% em relação ao mesmo período do ano passado, sendo que 35,9% do total alcançado são oriundos das carnes desossadas de bovinos congeladas, que totalizaram US$ 246,3 milhões, tendo como principais compradores Hong Kong, com US$ 139,6 milhões, Chile, com US$ 110,2 milhões, China, com US$ 49,9 milhões, Arábia Saudita, com US$ 44,2 milhões, e Irã, com US$ 42,9 milhões.

“As exportações de carne de frango do Brasil em setembro alcançaram 363,8 mil toneladas, queda de 6% em relação a setembro de 2017. O volume leva em conta todos os produtos, entre in natura e processados, e gerou receita de US$ 582,3 milhões, 8,8% abaixo do reportado há um ano. Contudo, o volume de exportações registrado em setembro foi expressivo diante do número menor de dias úteis do período, se compararmos com outros meses do ano”, ressaltou o economista.

Outros grupos

O grupo “Extrativo Mineral” aparece em terceiro com melhor desempenho, tendo uma receita de US$ 183 milhões no período analisado, aumento de 20% comparado com a somatória de janeiro a setembro do ano passado, sendo que 80,2% desse montante foi alcançado pelos minérios de ferro e seus concentrados, que somaram US$ 113,1 milhões, tendo como principais compradores Argentina, com US$ 107,7 milhões, e Uruguai, com US$ 70 milhões.

“As exportações de minérios pelo Brasil devem crescer 2,5% neste ano, ante 2017, para 410 milhões de toneladas, em meio a uma expectativa de aumento de investimentos no setor. A expansão nas vendas externas ocorre diante do crescimento das atividades da mineradora Vale, maior produtora e exportadora global de minério de ferro e uma das principais do setor de níquel, que vem registrando diversos recordes de extração”, detalhou Ezequiel Resende.

Para o grupo “Óleos Vegetais”, a receita alcançou US$ 163,9 milhões nos nove primeiros meses deste ano, um crescimento de 79% na comparação com o mesmo período do ano passado, com destaque para farinhas e pellets, que somaram US$ 114,9 milhões, tendo como principais compradores Tailândia, com US$ 47,8 milhões, Coreia do Sul, com US$ 26,7 milhões, Indonésia, com US$ 24 milhões, Vietnã, com US$ 22,7 milhões, e Holanda, com US$ 9,8 milhões.

“As exportações brasileiras do complexo soja somaram 5,984 milhões de toneladas em setembro, gerando uma receita de US$ 2,40 bilhões. Em relação a igual período de 2017, o volume aumentou 9,9% e a receita, 19,3%. Neste ano, a demanda pela oleaginosa brasileira aumentou com a quebra na safra de soja da Argentina e a disputa comercial entre Estados Unidos e China. Isso, aliado ao atraso na colheita de milho e à safrinha menor do cereal, fez com que a janela de exportação de soja, que tradicionalmente ocorre no primeiro semestre, se estendesse ao longo do terceiro trimestre”, pontuou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.