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Esporte

Boca x River: dirigentes exaltam final histórica na Argentina e pedem: "Os mais radicais se contenham"

Suspensão de Gallardo gera leve cutucada de dirigente do River ao mandatário da Conmebol.

Globo Esporte

09 de Novembro de 2018 - 13:32

Metaforicamente, talvez seja a final do fim do mundo. Boca Juniors e River Plate possuem uma das maiores rivalidades do planeta e vão se encontrar a partir deste sábado pela primeira vez valendo a taça da Libertadores. Mas o discurso de quem produz o espetáculo quer se afastar de qualquer incitação à violência. Presidentes da Conmebol (Alejandro Domínguez), AFA (Chiqui Tapia), Boca Juniors (Daniel Angelici) e River Plate (Rodolfo D’Onofrio) se reuniram em um luxuoso hotel de Buenos Aires, na manhã desta sexta-feira para passar uma mensagem de paz numa entrevista coletiva. 

O primeiro a tomar a palavra foi Domínguez, paraguaio, mas orgulhoso do resultado final até aqui do torneio. 

- É um momento histórico porque em 58 anos nunca se viu uma final entre River e Boca, Boca e River. E essa é a última final que vamos ter com jogos de ida e volta - uma oportunidade histórica para a Argentina, AFA, público, e o que dizer para os jogadores e técnicos? 

"São dois clubes com muita experiência, sabem que é muito mais que um jogo, onde temos que transmitir bons valores, mostrar ao mundo que toda a Argentina está preparada para os grandes espetáculos" 

- Pedimos aos meios de imprensa que façam entender que esse é um grande jogo de futebol. E, no dia seguinte, como sempre, vai haver um ganhador e um perdedor, mas o futebol oferece uma revanche. O futebol faz amigos, aproxima e sobretudo dá mensagem de paz. Desfrutemos com muita responsabilidade desse momento. Chegaram até aqui com esforço, ambos os presidentes, técnicos, jogadores, torcidas. Então temos que desfrutar desse momento – pediu o presidente da Conmebol. 

Rodolfo D’Onofrio, presidente do River Plate, também aproveitou a oportunidade para fazer um apelo um pouco depois de posar ao lado de Daniel Angelici, mandatário do Boca: 

"Quando escuto por aí que é a vida, a morte, são tantas besteiras" 

- É um jogo. Onde o que vencer vai festejar muito. E o que perder vai sofrer. Mas não muda a vida, ela continua. Desfrutemos de algo tão lindo, essa bola que está aí permite nos unir, gerar pontes de união. Convido todos os torcedores de Boca e River: demonstremos que na Argentina não há divisões. Pode ser ponte de união, aproximação entre todos. Os mais radicais que se contenham. 

"O que está em frente não é alguém rival, é alguém que quer ganhar" 

- Vou dizer o que tenho dito esses dias. Estamos orgulhosos, queremos felicitar o nosso elenco e corpo técnico. A lição é que todos os argentinos se mostraram orgulhosos por terem chegado a essa final dois times da Argentina. Precisamos desfrutar em paz e em família. O que vencer vai levar toda a alegria, o que perder, a tristeza. Mas no dia seguinte precisa recomeçar a trabalhar – ponderou Angelici. 

Tema Gallardo 

Durante a coletiva, a suspensão de Marcelo Gallardo também foi abordada pela imprensa. Rodolfo D’Onofrio mostrou-se claramente incomodado com a punição a seu treinador e deu uma leve cutucada em Alejandro Domínguez, que estava sentado ao seu lado. 

- O River apresentou um recurso e não teve resposta. 

"Os regulamentos estão para ser cumpridos, mas para os argentinos o direito de admissão é para os delinquentes, não para alguém que chegou atrasado no campo de jogo ou entrou no vestiário sem poder fazê-lo" 

Domínguez, então, se defendeu: 

- Gallardo e o clube já foram notificados. Reconhecem o respeito ao regulamento e consideramos que a Conmebol não precisa fazer absolutamente mais nada. As regras estão aí, foram entregues no papel e também via internet. É igual para todos. 

Autocrítica da Conmebol 

Alejandro Domínguez ainda foi contestado sobre o árbitro de vídeo (VAR) e uma possível autocrítica da entidade sobre os problemas de aconteceram durante a Libertadores – como punições por jogadores suspensos, por exemplo. 

- O VAR veio para ficar e, até aqui, se fez justiça. 

"Se alguém fizer um resumo do que o VAR acerta ou erra, há muito mais a favor da justiça do que contra" 

- Dito isso, acho que sempre na arbitragem haverá uma “área nebulosa”. Essa é uma ferramenta a mais que tem a arbitragem para gerar justiça dentro de campo. 

- Eu sempre sou autocrítico e sempre quero algo melhor. Não estou conformado. Esperava mais esse ano e espero muitíssimo mais no próximo. Também entendo que é uma questão de dia a dia, mas é preciso ter paciência. Foram muitos anos em que deixaram de trabalhar no futebol sul-americano e paramos no tempo em relação aos nossos rivais da Europa. A diferença entre eles e nós é o trabalho – encerrou. 

Boca Juniors e River Plate abrem a inédita decisão da Libertadores neste sábado, às 18h (de Brasília), na Bombonera. O SporTV transmite ao vivo e o GloboEsporte.com acompanha em tempo real. O jogo de volta está marcado para o dia 24, no Monumental – não há o critério do gol fora de casa.