Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Março de 2024

Política

Justiça de SP torna Haddad réu por corrupção e lavagem de dinheiro

Segundo a denúncia, o então tesoureiro do PT negociou, em nome de Haddad, para que uma empreiteira pagasse dívida de campanha com propina de contratos da Petrobras.

G1

20 de Novembro de 2018 - 15:42

Justiça de SP torna Haddad réu por corrupção e lavagem de dinheiro

A Justiça de São Paulo tornou réu por corrupção e lavagem de dinheiro o ex-prefeito e ex-candidato à Presidência Fernando Haddad, do PT. Segundo a denúncia, o então tesoureiro do partido negociou, em nome de Haddad, para que uma empreiteira pagasse dívida de campanha com propina de contratos da Petrobras.

De acordo com a denúncia, entre abril e maio de 2013, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, pediu ao então presidente da empreiteira UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, R$ 3 milhões. O dinheiro pagaria uma dívida de campanha do recém-eleito prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, com uma gráfica do ex-deputado estadual do PT, Francisco Carlos de Souza, o Chicão.

Ainda segundo o Ministério Público, Vaccari falava em nome de Haddad. Além de Haddad, Vaccari e Chicão, também viraram réus um ex-diretor da UTC Walmir Santana, Ricardo Pesssoa e o doleiro Alberto Youssef, que teria organizado os pagamentos. João Vaccari Neto está preso em Curitiba, por condenação em outro processo.

O Ministério Público diz que o dinheiro que teria sido pago a Haddad era parte de uma dívida de R$ 15 milhões que Ricardo pessoa teria com João Vaccari Neto. Tudo isso, segundo o promotor Marcelo Mendroni, era propina, decorrente de contratos da UTC com a Petrobras.

O juiz Leonardo Barreiros reconhece que não há na denúncia a indicação de que houve um ato de ofício, ligando Fernando Haddad com o suposto esquema, como um documento assinado. Mesmo assim, diz que tribunais superiores têm aceitado as denúncias sem a exigência desses atos praticados pelo servidor.

Fernando Haddad também é réu na esfera civil, acusado de improbidade administrativa na construção de uma ciclovia no tempo em que foi prefeito de São Paulo.

O que dizem os citados

A assessoria de Fernando Haddad declarou que a ação é mais uma tentativa de reciclar a delação de Ricardo Pessoa, que, para a defesa, não tem credibilidade. Disse que o Ministério Público já fez denúncias, sem provas, a partir do depoimento de Ricardo Pessoa e que as denúncias acabaram derrubadas no Supremo, e que o então prefeito Fernando Haddad contrariou interesses do ex-empreiteiro.

A defesa de João Vaccari Neto disse que todas as solicitações para o partido foram legais, com depósito em conta e que ele jamais recebeu propina.

Não localizamos o ex-deputado Chicão.

Não conseguimos contato com as defesas de Walmir Santana e de Ricardo Pessoa.