Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 29 de Março de 2024

Política

Para Simone Tebet, não cabe ao Senado investigar Flávio Bolsonaro

'Muito prematuro avançar nessa pauta', diz a senadora.

Correio do Estado

27 de Janeiro de 2019 - 19:16

Pré-candidata à presidência do Senado, Simone Tebet (MDB), disse que não cabe investigação do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), no Legislativo, sobre o caso Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). “A não ser que queira fazer barulho, pré-julgamento ou fazer com o partido do outro o que não quis que se fizesse com o próprio partido, fora isso, é muito prematuro você avançar nesta pauta”, disse.

Alvo de suspeitas envolvendo movimentações financeiras quando era deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro e filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), recebeu em sua conta bancária 48 depósitos em dinheiro, em junho e julho de 2017, sempre no valor de R$ 2 mil, totalizando R$ 96 mil. Em entrevistas à Rede Record e à RedeTV!, Flávio disse que o dinheiro depositado é referente à venda de um imóvel.

O comprador, o ex-atleta Fábio Guerra confirmou a compra de apartamento do filho de Bolsonaro, na zona sul do Rio de Janeiro. O valor de quase R$ 100 mil foi repassado, segundo Guerra, entre junho e julho de 2017, período em que o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) apontou depósitos suspeitos. Ainda conforme o ex-atleta, o montante foi parte dos R$ 550 mil pagos como sinal da transação — nome dado ao pagamento antecipado antes da concretização final do negócio. O restante foi feito por meio de transferência bancária.

Ainda em relação ao relatório do Coaf, há a informação de que o policial militar Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 7 milhões entre 2014 e 2017. Até agora, nenhuma explicação detalhada sobre as transações foi dada por Queiroz ou por qualquer membro da família Bolsonaro. Queiroz afirmou que os depósitos são relativos a compra e venda de carros.

Sobre as movimentações financeiras apontados pela Coaf e relacionadas a Flávio Bolsonaro, Simone Tebet ressaltou que se trata de ato anterior à posse. “Vou falar não como candidata, mas como parlamentar. Acima de tudo, é importante ter os fatos. Os fatos têm que estar claros. Tenho que ter algo concreto no que me debruçar. Lembrando que tudo que foi feito antes da posse, a princípio, não cabe investigação por parte da Casa. Isso fica por conta do Ministério Público, do Poder Judiciário. Não somos Ministério Público, muito menos Judiciário”, declarou a sul-mato-grossense.

Concorrendo dentro do partido, com o senador Renan Calheiros (MDB-CE), pela candidatura a presidente do Senado, Simone tem conquistado o apoio de diversos senadores, inclusive de alguns que já afirmaram interesse de desisitir da disputa, se for ela a escolhida pelo MDB. A aversão a Renan é grande dentro do plenário e, como afirmado anteriormente pela senadora, é um risco para o partido lançá-lo como candidato.
Porém, se na reunião da bancada de 12 emedebistas na próxima terça-feira (29), for decidido pelo nome do senador cearense, ela declarou que lançará candidatura própria.