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Política

Podemos apoia Previdência, mas pede mudanças para os professores

A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), destacou que o partido tem uma posição de independência em relação ao governo.

Agência Brasil

10 de Abril de 2019 - 15:21

O PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, e o Podemos anunciaram hoje (10) que apoiam a reforma da Previdência. Enquanto o Podemos pede mudanças, principalmente em relação à aposentadoria dos professores, o PSL foi o único partido até agora a fechar questão e garantir os votos dos seus parlamentares para a proposta governista enviada ao Congresso Nacional

Após passar por um exame de endoscopia, programado para a manhã de hoje, no Hospital das Forças Armadas, Bolsonaro retomou o diálogo, no Palácio do Planalto, com dirigentes de partidos políticos em busca de apoio para a aprovação de medidas do governo, especialmente a reforma da Previdência.

O presidente se reunirá ainda hoje com lideranças do Novo, Avante e PSC. Na semana passada, Bolsonaro se reuniu com presidentes e líderes do PRB, PSD, PSDB, DEM, PP e MDB. Ontem (9), esteve com os presidentes do PR e do Solidariedade.

Mudanças

A presidente do Podemos, deputada Renata Abreu (SP), destacou que o partido tem uma posição de independência em relação ao governo, mas que apoia a reforma, desde que haja mudança no texto em relação à aposentadoria de trabalhadores rurais e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) paga a idosos em situação de pobreza.

Entretanto, um dos pontos prioritários para o Podemos é a questão dos professores. Para Renata, a nova Previdência pode ser um grande incentivo à educação e valorização dos professores. “A reforma da Previdência tem que servir para a população e não para um governo e quando você fala de população, de futuro, isso passa pela educação. Hoje, só 2,7% dos jovens querem ser professores e isso pode impactar muito o futuro da nossa nação”, disse.

Renata contou que pediu ao presidente um estudo de impacto sobre a manutenção ou até melhoria da aposentadoria especial dos professores. Por causa das condições e ambiente de trabalho, considerados prejudiciais à saúde e a integridade física, hoje os professores têm um tempo menor de contribuição, de 25 anos para mulheres e 30 anos para homem. No setor público, a idade mínima para professores se aposentarem também é de cinco anos a menos do que as regras gerais da aposentadoria, sendo de 50 anos para mulheres e 55 para homens. No setor privado, não há idade mínima.

A proposta do governo enviada ao Congresso Nacional prevê idade mínima de 60 anos com tempo de contribuição de 30 anos, sem distinção de gênero. As regras serão válidas para professores dos setores públicos e privados.

O Podemos também defende que a capitalização da Previdência seja retirada da reforma e discutida em outro momento para que a proposta avance em outros quesitos.

PSL

O presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), também esteve com Bolsonaro na manhã de hoje e destacou a importância da reforma para o país. Para ele, o fechamento de questão em torno da reforma, com a orientação de que os parlamentares votem pela aprovação do texto do governo, é meramente simbólico. “Nenhum parlamentar veio ao gabinete dizendo que é contra a reforma. O fato de ter feito questão fechada é simplesmente para que a gente demostre que o Brasil precisa dessa reforma”, explicou.

Para Bivar, o fato do governo não ter uma base aliada formada no Congresso, não prejudica o andamento da reforma da Previdência. “O que significa base aliada? Base aliada com as propostas do governo, isso que nós temos. E vejo boa vontade muito grande de todos dos partidos de estarem na mesma convergência que o Planalto. O que queremos é o melhor para o país”, disse.