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Policial

Testa de ferro de quadrilha de tráfico internacional é condenado a 14 anos

Acusado lavava dinheiro do tráfico para quadrilha desmantelada na Operação Nevada.

Correio do Estado

03 de Julho de 2019 - 08:55

Garagista André Luiz de Almeida Anselmo, que atuava como “testa de ferro” em uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas, foi condenado a 14 anos e três meses de prisão, em regime fechado, pelo crime de lavagem de dinheiro, além da perda de dois veículos e multa que ultrapassa R$ 45 mil.

Dono da revenda de veículo I9, Anselmo seria o testa de ferro do grupo, responsável por lavar dinheiro do comércio de entorpecentes, emprestando o nome dele, da esposa e da empresa para compra e ocultação de bens provenientes de lucro com o tráfico de droga, além de ocultar veículos recebidos como pagamento pela droga na garagem.

Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), como forma de despistar a ilicitude da movimentação financeira do grupo, o acusado misturava os negócios legais e ilegais.

Segundo apontou investigação, os bens pertenciam aos irmãos Odir, Odacir  e Odair Corrêa Santos, chefes do esquema. Em janeiro, Odir foi condenado a 51 anos de prisão, enquanto os irmãos foram condenados a 14 anos, junto com mais 14 pessoas, pela 3ª Vara Federal de Campo Grande.

OPERAÇÃO

Integrantes da organização criminosa foram presos pela Polícia Federal durante a Operação Nevada, em 2016, que descortinou ações do grupo criminoso especializado em tráfico internacional de drogas, que envolvia a entrada de cocaína de origem boliviana no Brasil.

O patrimônio da quadrilha foi avaliado em mais de R$ 10 milhões (boa parte já leiloada), conquistado por meio do despacho da cocaína, que tinha Mato Grosso do Sul como entreposto.

A logística utilizada envolvia o arremesso da droga de aeronaves em áreas rurais, de onde posteriormente eram transportadas por rodovias, com destino ao estado de São Paulo, onde ficava localizado o núcleo criminoso dos compradores.

Os acusados mantinham vida de lixo e ostentação, tendo imóveis de alto padrão, veículos de luxo, joias e dinheiro em espécie.

Durante as investigações, foram apreendidas grandes quantidades de cocaína, sendo a maior delas avaliada em mais de US$ 1,3 milhão. Também foi decretado pela Justiça Federal o perdimento de apartamento em São Paulo e 16 veículos.