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Esporte

Peru acirra rivalidade com o Brasil na final da Copa América

Equipe de Guerrero tenta um título após 44 anos e foi a responsável por derrubar Dunga em 2016

Band.com

04 de Julho de 2019 - 15:53

Brasil e Peru vão se reencontrar na final da Copa América no Maracanã. Depois da partida na fase de grupos, quando a Seleção Brasileira teve uma grande atuação e ganhou por 5 a 0, na Arena Corinthians, as duas equipes decidem a taça no domingo. É a chance da revanche conquistada pelos peruanos após a vitória surpreendente sobre o Chile por 3 a 0, nesta quarta-feira, em Porto Alegre.

O reencontro representa mais um capítulo de um rivalidade cada vez mais acirrada nos últimos anos. Foi o Peru que derrubou o técnico Dunga em 2016, abrindo espaço para a era Tite. Quarenta e quatro anos depois da última conquista, o Peru volta a ter a chance de conquistar a América.

O Peru chegou à final aos trancos e barrancos. Terceiro colocado do Grupo A, com quatro pontos conquistados, o time avançou como um dos melhores terceiros colocados depois de esperar os resultados dos Grupos B e C. Após a frustração do empate sem gols contra a Venezuela, no qual o Peru teve dois gols anulados, a equipe de Paolo Guerrero, grande estrela do time, deslanchou ao superar a Bolívia por 3 a 1. Na última rodada da fase de grupos, um vexame: derrota por 5 a 0 para o Brasil.

A classificação para a semifinal foi sofrida. No tempo normal, o Uruguai teve três gols anulados pelo VAR. Já nas penalidades, o Peru inverteu a lógica e venceu a primeira disputa por pênaltis em competições oficiais. Na última quarta-feira, os peruanos derrubaram o Chile, atual bicampeão do torneio, com uma atuação competente e segura.

O Peru foi o algoz da Seleção Brasileira na última edição do torneio, em 2016. Batizada de Copa América Centenário, a competição foi realizada nos Estados Unidos. Na terceira rodada da fase de grupos, o Peru venceu por 1 a 0. Na ocasião, um gol de mão de Ruidíaz, validado pela arbitragem, determinou não só a vitória simples dos peruanos, como também a eliminação do Brasil ainda na primeira fase. Naquele torneio ainda não havia sido implantado o árbitro de vídeo. O resultado foi a gota d’água para a demissão do técnico Dunga e abriu caminho para a chegada de Tite.

O Brasil deu o troco duas semanas atrás. Depois de duas partidas irregulares, diante de Bolívia e Venezuela, a equipe de Tite fez sua grande atuação no torneio. A vitória por 5 a 0 mostrou a força do jogo coletivo e poderia ter sido maior - Gabriel Jesus perdeu um pênalti. Depois de não fazer nenhum gol contra a Venezuela e encerrar uma sequência de 20 jogos nos quais o Brasil sempre balançou as redes ao menos uma vez, a seleção teve mudanças no ataque e apostou em Everton Cebolinha, que se tornou a solução para os problemas ofensivos brasileiros, como a falta de objetividade e profundidade.

Gareca afirmou que foi a pior derrota de sua carreira. Agora, terá a chance de corrigir os erros daquela partida. Um deles foi armar uma equipe ofensiva, que queria jogar de igual para igual com o Brasil. O argentino tem crédito entre os peruanos. Graças ao trabalho do argentino, que soma quatro anos à frente da seleção, o Peru está mudando de patamar no cenário sul-americano.

Nos últimos dez anos, a equipe subiu 35 posições no ranking da Fifa e ocupa hoje o 21.º lugar. No ano passado, o time foi à Copa da Rússia depois de 36 anos - o time acabou eliminado na primeira fase. Na América do Sul, o Peru deixou de ser um saco de pancadas ao lado de Bolívia e Venezuela e virou um time emergente. A vitória sobre o Brasil em 2016 foi o símbolo da ascensão peruana.

Para o jogo de domingo, os peruanos têm um trunfo importante: eles conhecem bem o futebol brasileiro. O atacante Paolo Guerrero atua no País desde 2012; o meia Cueva, ex-São Paulo, está no Santos; o lateral Trauco joga no Flamengo; e o técnico Ricardo Gareca já trabalhou no Palmeiras. Outros quatro dos 23 convocados já atuaram no Brasil: o goleiro Gallese, o lateral Advincula, o meio-campista Yotún e Ruidíaz, carrasco de 2016.

Na história são 44 confrontos, com 31 vitórias nacionais, nove empates e só quatro derrotas. Em Copas, o Brasil obteve duas vitórias: 4 a 2, pelas oitavas de final da Copa de 1970, e 3 a 0 pela fase semifinal do Mundial de 1978. Na Copa América, a vantagem brasileira é mantida. Foram 12 vitórias, três empates e três derrotas.