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Política

Bolsonaro empossa Luiz Eduardo Ramos como ministro da Secretaria de Governo

General de Exército e amigo do presidente, Ramos assume a articulação política do governo junto ao Congresso.

G1

04 de Julho de 2019 - 16:02

O presidente Jair Bolsonaro empossou na manhã desta quinta-feira (4), em cerimônia no Palácio do Planalto, Luiz Eduardo Ramos como novo ministro da Secretaria de Governo.

General de Exército e amigo de Bolsonaro, Ramos assumiu a pasta que responde pela articulação política do governo junto ao Congresso. A Secretaria de Governo é uma das quatro pastas que funcionam no Palácio do Planalto.

Em discurso durante a solenidade, Bolsonaro afirmou que Ramos "entra em campo" no momento em avançam as discussões para votação da reforma da Previdência no Congresso.

"Não temos plano B, nós todos, o plano é esse, o plano A. Ele [Ramos] entra agora buscando aí soluções para essas questões", disse.

O novo ministro substitui à frente da pasta o também general Carlos Alberto dos Santos Cruz, demitido por Bolsonaro no mês passado. Santos Cruz foi alvo de ataques do ideólogo Olavo de Carvalho, avalizados por Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente.

Antes de integrar a equipe ministerial de Bolsonaro, Ramos era o comandante militar do Sudeste (CMSE). Ele passou o comando do CMSE, localizado em São Paulo, ao general Marcos Antonio Amaro dos Santos nesta quarta-feira (3), em uma cerimônia com a presença de Bolsonaro.

Articulação política

Ramos assumiu a Secretaria de Governo após Bolsonaro modificar as atribuições da pasta.

Uma medida provisória, assinada pelo presidente no mês passado, passou a articulação política da Casa Civil para a Secretaria de Governo. A Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, herdou o programa de concessões e privatizações.

Na função de articulador político, Ramos tem como principal desafio auxiliar na aprovação da reforma da Previdência, enviada por Bolsonaro em fevereiro ao Congresso Nacional.

Ramos afirmou, em seu discurso, que após ter sido anunciado como novo ministro, ouviu de interlocutores que seria uma "missão difícil" e "espinhosa" conduzir a articulação do governo. O ministro declarou que considerou a missão um "presente" de Bolsonaro.

"Para mim o senhor me deu um presente, um privilégio. Vou poder novamente trabalhar com a casa do povo, o Congresso Nacional", disse.

Principal projeto deste início de governo, a reforma é considerada vital para equilibrar as contas públicas e atrair investimentos para o país.

O presidente voltou a pedir ajustes na proposta para os policiais militares, federais e rodoviários federais. Segundo Bolsonaro, faltam “pequenos ajustes” para acertar as mudanças e o tema foi tratado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

O projeto está no momento em uma comissão especial da Câmara dos Deputados. O colegiado tentará votar nesta quinta a proposta, que ainda precisará ser aprovada nos plenários da Câmara e do Senado.

Segundo a colunista do G1 Andréia Sadi, Bolsonaro se empenhou pessoalmente nos últimos dias em favor de regras mais brandas na reforma para policiais federais.

Diálogo com oposição e Previdência

Após a posse, Ramos concedeu entrevista e declarou que não considera uma "missão difícil" melhorar a articulação do governo no Congresso.

Questionado se pretende conversar com parlamentares que fazem oposição a Bolsonaro, o novo ministro afirmou que sim, desde que a conversa seja "pelo bem" do país.

"Se for pelo bem do Brasil, a gente pode conversar", disse.

O ministro também declarou que vai começar a se "inteirar" sobre as negociações da reforma da Previdência no Congresso. O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que respondia pela articulação, permanecerá à frente das conversas.

"O que está havendo é como um jogo de futebol, está tendo um jogo decisivo, como hoje está sendo votado. Eu não posso substituir o técnico no meio do jogo, isso não existe. Ministro Onyx está fazendo trabalho muito bom, ele está à frente, eu vou cerrar a ele no que ele precisar para ajudá-lo", declarou Ramos.

Perfil

Nascido no Rio de Janeiro, Luiz Eduardo Ramos Baptista, de 63 anos, ingressou no Exército em março de 1973, na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas. A amizade com Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, teve início nos anos 1970.

Ramos foi declarado aspirante a oficial da arma de Infantaria em 1979, e promovido a general de Exército, topo da carreira militar, em 2017.

Militar da ativa, o novo ministro foi assessor parlamentar do comando do Exército no Congresso, adido militar em Israel e comandou a missão de Paz das Nações Unidas no Haiti.

Durante a carreira, segundo o Exército, Ramos também comandou o 8º Batalhão de Infantaria Motorizado, em Santa Cruz do Sul (RS), a 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Pelotas (RS), a 11ª Região Militar, em Brasília (DF) e a 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro (RJ).