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Política

Relator da Previdência no Senado diz que indicação de Eduardo à embaixada pode atrapalhar análise do texto

Para senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), tema poderia 'dividir mais ainda o Senado' e 'criar má vontade onde não existe'.

G1

22 de Agosto de 2019 - 15:09

Relator da Previdência no Senado diz que indicação de Eduardo à embaixada pode atrapalhar análise do texto

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), relator da reforma da Previdência no Senado, afirmou nesta quinta-feira (22) que a eventual indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador nos Estados Unidos poderia atrapalhar a tramitação da proposta.

Eduardo é filho do presidente Jair Bolsonaro. A ideia da indicação para a embaixada em Washington foi anunciada no fim de julho. De lá para cá, o nome de Eduardo obteve o aval do governo norte-americano e elogios do presidente dos EUA, Donald Trump.

No entanto, Bolsonaro ainda não enviou oficialmente a indicação para o Senado. Futuros embaixadores devem ser sabatinados na Comissão de Relações Exteriores da Casa e depois ter o nome aprovado no plenário. O Palácio do Planalto considera que ainda não tem o apoio da maioria dos senadores para a indicação.

"Eu acho que, no meio de uma discussão de um problema tão complexo [Previdência], tão grave, que aflige toda a população brasileira, a contaminação com esse outro problema [indicação de Eduardo], que pode dividir mais ainda o Senado, não é boa para a Previdência", afirmou Tasso.

“Desidratar [o texto], não sei, mas atrapalha, sim. Provavelmente, vai criar má vontade onde não existe”, completou o senador.

Questionado se a indicação de Eduardo deveria chegar à Casa apenas após a votação da proposta, Tasso respondeu: "No mínimo".

Mais cedo, Eduardo esteve mais uma vez no Senado para fazer visitas aos gabinetes de parlamentares que poderão sabatiná-lo. As conversas do deputado com senadores em busca de apoio se tornaram frequentes nos últimos dias.

Questionado pela imprensa, Eduardo discordou que sua indicação para a embaixada em Washington possa contaminar a votação da Previdência.

"Não tem nada a ver. Os senadores vão fazer juízo se eu sou merecedor ou não, ponto final. Outra questão é [a reforma] tributária, reforma da Previdência, [projeto sobre liberação de] armas, enfim, acho que não tem comunicação de uma coisa com a outra, não", afirmou o deputado.