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Sidrolândia

Sem controle de acesso, população vai as compras e superlota atacarejo

Quem foi sábado à noite ao atacarejo da rede ABV, o Leve Mais, filial de Sidrolândia se deparou com a loja lotada de consumidores que foram aproveitar as últimas horas de funcionamento durante este período de quarentena, já que no domingo, a loja não abre as portas

Flávio Paes/Região News.

06 de Abril de 2020 - 11:33

Sem controle de acesso, população vai as compras e superlota atacarejo

Enquanto a maioria dos supermercados da cidade tenta cumprir as regras de biossegurança, com reforço de higienização e controle de acesso, justamente no atacarejo que tem a maior área construída (são quase 3.600 metros), a julgar pelo que foi constatado no último sábado, acesso é feito livremente.

A determinação, fixada no decreto da quarentena, que limita o acesso de uma pessoa por grupo de amigos ou família, simplesmente está sendo ignorada. Dentro do atacarejo grupos de consumidores circulava pelos corredores, escolhendo produtos nas gôndolas, não respeitando o limite de 1,5 metro de distância, recomendado para evitar a transmissão da Covid-19.

A reportagem do jornal eletrônico Região News esteve na manhã de hoje na loja para apurar as informações denunciadas por internautas via WhatsApp a redação. Um funcionário do setor da administração informou que o decreto traz apenas recomendações, que não são obrigados a cumprir, mas ainda assim, a empresa tem adotado todas as medidas cabíveis.

“No último sábado foi um caso atípico porque as pessoas deixaram para fazer suas compras na ultima hora”, argumenta. Quando questionado sobre os normas gerais que deveriam estar cumprindo, se limitou em informar que a empresa já foi alvo de fiscalização que não atestou nenhuma irregularidade. A reportagem tentou contato ainda com o setor de comunicação da empresa, que não respondeu aos telefonemas nem retornou o contato.

Conforme levantamento divulgado na última sexta-feira pelo Governo do Estado, mais da metade da população de Sidrolândia não está respeitando as recomendações de isolamento social. Na quarta-feira passada, só 43,07% da população estava em casa, ou seja 56,30% dos moradores, saíram de casa, seja a trabalho, passeio ou para fazer compras.

No dia seguinte o índice de isolamento aumentou 9,05%, chegou a 48,8,%, ainda sim menor que da Capital, que atingiu 54,1% de isolamento. Ou seja, de cada 100 sidrolandenses, 51% não mudou sua rotina de mobilidade por causa da quarentena e do toque de recolher.

Para comprovar que estes dados refletem a realidade, basta percorrer as ruas do comércio, principalmente a Avenida Dorvalino dos Santos, para constatar que as pessoas continuam circulando pela cidade, muitas delas próximas uma das outras. Entre os transeuntes, idosos que vem receber aposentadoria e fazer compras. Quem tem mais de 60 anos, diabéticos, hipertensos, gestantes, integram os grupos mais vulneráveis da Covit-19.

Panorama estadual:

Cerca de 44,8% da população sul-mato-grossense está praticando o isolamento social. É o que aponta o Índice de Isolamento Social, um projeto da empresa de softwares In Loco em parceria com a Universidade de São Paulo (USP). O último índice é de sexta-feira, dia 3.

Os dados são coletados de 60 milhões de smartphones de todo o Brasil que possuem aplicativos que obtêm dados da localização dos usuários. A análise desses números é feita pelo professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (FCF-USP) Helder Nakaya, junto com dois estudantes de doutorado e pós-doutorado.

Com 44,8% de pessoas em isolamento domiciliar, Mato Grosso do Sul figura entre os seis estados com os piores índices de isolamento social. MS só fica atrás fica atrás de Tocantins (41,8%), Roraima (42,7%), Acre (42,2%), Mato Grosso (42,8%), Rondônia (43,45).

Estados nas regiões sul, sudeste e nordeste são os que mais cumprem o isolamento, passando de 50% da população. No entanto, é o estado de Goiás que mais tem atendido ao apelo dos profissionais da saúde e ficado em casa. São 56,6% dos goianienses que estão em isolamento.

Os dados são coletados pela In Loco por meio de usuários de aplicativos parceiros da empresa, como bancos e grandes varejistas, que autorizam o compartilhamento da sua localização. A empresa tem uma política de privacidade que não identifica os usuários. A única informação coletada dos dispositivos móveis é a sua localidade.