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Esporte

Mané revela construção de hospital em Senegal: “Para dar esperança às pessoas

Craque do Liverpool relembra por que morte do pai quando tinha sete anos o influenciou a ajudar cidade natal. Ele já levantou uma escola em Sédhiou e também fez doação ao governo para combater coronavírus

Globo Esporte

08 de Abril de 2020 - 17:36

Sadio Mané não nega as origens – pelo contrário. O craque do Liverpool e da seleção de Senegal resolveu fazer uma segunda importantíssima contribuição em sua cidade natal em Sédhiou como revelou no documentário “Made in Senegal”, disponível a partir desta quarta-feira numa plataforma digital.

O filme apresenta Mané narrando sua história desde a pobreza até os tempos atuais em que veste a camisa 10 do Liverpool e inclui entrevistas com o técnico Jürgen Klopp, além de companheiros como Mohamed Salah e Virgil van Dijk.

Na cena mais comovente, Mané lembrou do dia em que recebeu a notícia da morte de seu pai, quando tinha apenas sete anos. E como isso o influenciou a construir um hospital que será inaugurado nos próximos seis meses em Bambali, uma vila em Sédhiou, onde o Banco Mundial estima que quase 70% das famílias vivem na pobreza.

No ano passado, Mané já havia inaugurado uma escola na mesma província onde nasceu e recentemente fez uma doação de 40 mil libras (R$ 256 mil na cotação atual) ao governo senegalês para atuar no combate ao coronavírus.

- Eu tinha sete anos. Estávamos prestes a brincar no campo de futebol quando um primo se aproximou e disse: “Sadio, seu pai faleceu”. Eu respondi: “Sério? Ele está brincando...”. Eu realmente não conseguia entender.

- Antes de morrer, meu pai ficou doente por semanas. Nós trouxemos alguns remédios tradicionais e isso o manteve estável por três ou quatro meses. A doença voltou, mas dessa vez os remédios não funcionaram. Como não havia hospital em Bambali, eles o levaram para uma vila próxima para ver se conseguiam salvá-lo. Mas não conseguiram.

- Quando eu era jovem, meu pai sempre me dizia o quanto ele se orgulhava de mim. Ele era um homem de um grande coração. Sua morte teve um grande impacto em mim e em toda a família. Falei a mim mesmo: “Agora preciso fazer o máximo para poder ajudar minha mãe”. É algo difícil para lidar quando se é tão jovem.