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Política

'Briga' entre Bolsonaro e Mandetta pode ter iniciado em Campo Grande

Com medo de primo perder prefeitura, Mandetta impede ‘Bolsonarista’ de entrar no DEM

Correio do Estado

09 de Abril de 2020 - 13:21

O desentendimento entre o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) pode ter iniciado em Campo Grande. Isso porque informações preliminares apontam que o deputado estadual Coronel David (sem partido) teria tentado entrar no Democratas para concorrer as eleições municipais com o apoio de Bolsonaro. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM) estaria articulando, junto ao presidente, a ida do parlamentar para a sigla. A suspeita é que Mandetta interviu e “partiu para briga” com o presidente. “O sangue falou mais alto e o partido ficou na mão do ministro que passou a não pensar em projeto para Campo Grande”, disse o vice-govenador do Estado, Murilo Zauith (DEM), presidente do Democratas estadual, ao mencionar o parentesco de Mandetta com o prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), que vai tentar se reeleger em outubro de 2020.

Com a possibilidade da ida de Coronel David para o DEM, “acendeu a luz vermelha no Mandetta” e as articulações começaram. Fontes alegam que essa é uma das justificativas do motivo do ministro ter se “rebelado do nada” contra o presidente. “No início, Mandetta estava apoiando Bolsonaro, estava tudo certo, mas do nada, mudou”, afirmou um assessor de Brasília.

Informações do Planalto apontam que o ministro teria pedido aval para o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para ficar responsável pela Executiva Municipal da sigla. “Ministro pediu para executar a comissão provisória municipal de Campo Grande e quem vai conduzir são pessoas ligadas a ele, advogado de assessor dele, parentes e servidores”, afirmou Zauith.

Em coletiva, o presidente nacional do Democratas disse que tem tido constantes conversas com Mandetta para transmitir “palavras de confiança no trabalho que ele vem fazendo”, afirmou o prefeito, para o site midiabahia.com.

Em novembro de 2016, logo quando assumiu a prefeitura, Marcos Trad foi à Capital baiana e trocou experiência com o prefeito ACM Neto, líder dos Democratas nacional.

Contudo, o deputado que era do PSL, Coronel David, e que foi responsável em trazer pela primeira vez Bolsonaro à Campo Grande, acabou sendo barrado por Mandetta.

A informação é que Coronel David também já teria conversado com o vice-governador e que o combinado seria o nome do deputado para concorrer as eleições municipais. David seria adversário do prefeito, porém, com a proximidade do parentesco existente entre Mandetta e Trad, pois os dois são primos, o acordo não foi possível e o ministro teria rejeitado o deputado.

O apoio do DEM a tentativa de reeleição do prefeito também foi confirmado pelo líder do Executivo na Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Chiquinho Telles (PSD), ainda no início de março e as declarações teriam incomodado o então secretário do DEM, Marco Aurélio Santullo que acabou sendo substituído pelo sobrinho de Mandetta, Hélio Mandetta. Santullo, na época, teria sido indicação da ministra da Agricultura Tereza Cristina.