Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Sexta, 22 de Novembro de 2024

Sidrolandia

Ministro anuncia compra da Buriti e Governo não acaba com conflito agrário em Sidrolândia

Ao fazer o anúncio ao ministro, a presidente ponderou apenas que fará a doação desde que sigam todos os mecanismos legais.

Flávio Paes/Região News

20 de Junho de 2013 - 16:35

O anúncio feito agora pouco pelo ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, de que a presidente Dilma Roussef, autorizou a compra da Fazenda Buriti ocupada desde o último dia 15 de maio e onde morreu o terena Oziel Gabriel 15 dias depois durante a tentativa de reintegração de posse, não põe fim ao conflito entre índios e fazendeiros em torno de 17 mil hectares localizados na região da Reserva Buriti, entre Sidrolândia e Dois Irmãos Buriti. Esta área está avaliada em R$ 145 milhões.

Esta propriedade de 303 hectares, é apenas uma das 12 já sob controle dos terena em Sidrolândia. Os proprietários de algumas delas, como a Cambará, obtiveram ações de reintegração posse  deferidas pela Justiça Federal. O cumprimento das ações foi suspenso a pedido da Advocacia Geral da União para se tentar uma saída negociada do impasse.

Em princípio, os terenas não mostram disposição de se conformar apenas com a compra da Fazenda Buriti. Das 38 propriedades que reivindicam como terra indígena, eles já retomaram 31 e todas ficam muitos próximas uma das outras. A Buriti, por exemplo, faz divisa com a 3 R, Cambará  e Querência São José, onde já entraram, criando  aldeias, caso da Aldeia 10 de Maio.

O ministro Gilberto Carvalho, que está reunido em Campo Grande com lideranças indígenas e produtores, disse que falou com a presidente da República, Dilma Rousseff (PT), por telefone, quando teria recebido autorização para anunciar a compra de terras para resolver os conflitos na região do Buriti, em Sidrolândia.

Ao fazer o anúncio ao ministro, a presidente ponderou apenas que fará a doação desde que sigam todos os mecanismos legais. Gilberto Carvalho fez o anúncio, sob aplausos, antes de se reunir a portas fechadas com lideranças de todas as etnias indígenas, representantes dos produtores rurais, governador André Puccinelli (PMDB), senador Delcídio do Amaral (PT) e o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB).

Gilberto disse ainda que a presidente da República declarou aos ministros que a ordem é resolver todos os problemas indígenas até o final do mandato dela. Dilma também ordenou que os ministros não saiam da reunião em Campo Grande sem um cronograma para viabilizar a aquisição de terras em Mato Grosso do Sul.

A presidente enviou uma equipe de, aproximadamente, 20 pessoas a Campo Grande para tentar resolver o conflito entre indígenas e produtores rurais. A preocupação aumentou depois que um indígena morreu em conflito na Fazenda Buriti, em Sidrolândia.

A morte do indígena trouxe o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo a Campo Grande, onde ele conversou com autoridades e lideranças indígenas, pedindo pacificação e fim da violência. Após a visita ao Estado ele encaminhou várias propostas à presidente, incluindo a de doação de terras confiscadas do tráfico.