Logomarca

Um jornal a serviço do MS. Desde 2007 | Quinta, 21 de Novembro de 2024

Agronegócio

Chuva de domingo vai render "milhões" aos agricultores de MS

Meteorologia prevê nova precipitação para amanhã e, por ora, não existe previsão de geada. Chuva tardia é necessária porque plantio ocorreu com atraso.

Correio do Estado

29 de Maio de 2023 - 15:25

A precipitação deste domingo (27), que atingiu boa parte das lavouras do Estado e em algumas regiões chegou a 80 milímetros, foi literalmente uma chuva de milhões, pois para parte dos produtores vai garantir o crescimento completo das espigas e garantir faturamento significativo aos agricultores.

E o otimismo aumenta porque para terça-feira (30) existe grande probabilidade de a chuva voltar a boa parte das lavouras de milho. E, como a previsão é de que venha sem frio intenso, o risco de alguma geada prejudicar a produtividade está cada vez distante.

Depois de três semanas sem chuva e umidade do ar em níveis de deserto, agricultores já estavam apreensivos por causa da lentidão no desenvolvimento das plantações. Agora, porém, o cenário se alterou.

Segundo o engenheiro-agrônomo Eduardo Brandt,  na semana passada as lavouras estavam “paradas” por conta da falta de umidade. De acordo com ele, 80% das lavouras de milho na região de Dourados estavam na fase de enchimento de grãos, 10% em pendoamento e 10% em crescimento vegetativo.

Conforme André Dobashi, presidente da Aprosoja, a chuva de sábado e domingo ficou entre 20 e 80 milímetros. Em Caarapó e Maracaju, segundo ele, o vento chegou a derrubar algumas plantações, mas em áreas pontuais.

Porém, ele reforça que as plantações, em sua grande maioria, estão ainda no estágio vegetativo, longe da fase de enchimento de grãos. "Nem milho verde temos ainda para as festas juninas", brinca. A colheita vai ser empurrada pelo menos 40 dias para frente e por isso é necessário torcer por novas chuvas nas próximas semanas, deixa claro o presidente da Aprosoja.

A necessidade de chuva tardia é maior neste ano porque cerca de  40% da produção foi plantada fora da janela ideal de semeadura, que este ano ocorreu entre os dias 17 de fevereiro e 24 de março em Mato Grosso do Sul. O atraso ocorreu por causa do excesso de chuvas no período de colheita da soja.

A área plantada está 5,4% maior que no ano anterior, atingindo 2,3 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 80 sacas por hectare, gerando a expectativa de produção de 11,2 milhões de toneladas, o que é 12,3% menos que na safra anterior, apesar do aumento na área plantada.

O otimismo do homem do campo só não é maior por causa da queda no preço. No final de maio do ano passado, a saca estava em R$ 87. Agora, o valor está em R$ 55, o que representa queda de 37%. O custo da produção, contudo, praticamente não recuou.

Se toda a safrinha fosse vendida pela cotação atual, renderia R$ 10,2 bilhões. Pelos preços do ano passado, a mesma colheita renderia R$ 16 bilhões à economia de Mato Grosso do Sul.