Agronegócio
Estiagem põe produtores em alerta e recomendação é cautela com milho
Entidade aconselha que agricultores aguardem umidade ideal para o plantio; área plantada deve atingir 1,918 milhão de hectares.
Campo Grande News
12 de Fevereiro de 2019 - 09:35
O plantio do milho safrinha se adiantou neste ciclo devido a colheita antecipada da soja por conta da falta de chuva. Com aumento de 6,5% na área plantada, a expectativa é de que a colheita alcance 9 milhões de toneladas, mas a estiagem atípica força a Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) a recomendar cautela e põe agricultores em alerta.
“De uma forma geral existe ânimo para plantio do milho safrinha. A semeadura vai aumentar a área de 1,8 milhão de hectares para 1,918 milhão de hectares. Se tiver chuva regular mais pra frente, o produtor vai ter boa produtividade. O que recomendamos é cuidado na semeadura, para o agricultor não fazer o plantio sem a umidade necessária no solo. O ideal é esperar uma semana,ainda que atrase; ainda mais num ano que está muito atípico. Pois se plantar no seco, pode ter problema e ter de fazer o replantio”, desse o diretor-executivo da Aprosoja/MS, Frederico Azevedo ao Campo Grande News.
De acordo com a entidade 20% área já está plantada, região sul com 18%, central com 20,5% e norte 29%. “Estamos vendo uma rapidez maior no plantio do milho neste ano, porque adiantou colheita da soja. A área plantada deve ser maior, os produtores já compraram sementes e insumos”, explica Frederico. A área vai atingir 1,918 milhões de hectares. Com produtividade esperada de 78 sacas por hectare, a expectativa é que a safra registre 9 milhões de toneladas do grão.
Mas o clima sempre é a preocupação do produtor e, conforme o diretor-executivo da Aprosoja, modelos meteorológicos tem previsão de estiagem para o período. “Tem produtores que já fizeram o plantio e já está em estágio de crescimento. Mas tem lugares com 5 a 8 dias sem chuva, nesse momento é complicadíssimo, milho não aguenta. Se morre tem que replantar”, alerta. Ainda, ele adverte que há previsão de seca mais intensa para abril e maio.
Frederico relembra que o produtor viveu uma quebra de mais 20% no ciclo 2017/2018, quando colheu 7,84 milhões de toneladas. Vindo de um sucesso no ano anterior (2016/2017) com uma colheita de 10 milhões de toneladas, a expectativa era que a safra atingisse 9 milhões de toneladas de milho. “Em 2017 a produtividade foi de 88 sacas por hectare. Em 2018 caiu para 70”, conta Frederico.
Mas o cenário ainda não está confirmado. Os modelos climáticos podem não se confirmar e ele ainda aposta na dinâmica entre a colheita da soja e plantio do milho. “Até agora 30% da soja foi colhida. Tem 70% ainda esperando a chuva”, pontua.