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Brasil

Indígenas fecham parte da Esplanada dos Ministérios em protesto do Acampamento Terra Livre

Cerca de 4 mil pessoas marcham pelo centro de Brasília, segundo organizadores; PM estima público de 2,5 mil.

G1

26 de Abril de 2019 - 14:26

Indígenas de todo país, reunidos em Brasília para a 15ª edição do Acampamento Terra Livre, protestaram na Esplanada dos Ministérios nesta sexta-feira (26). Alguns chegaram a tirar a roupa e nadaram no espelho d'água do Palácio da Justiça.

Na água, eles cantaram, entoaram palavras de ordem e tomaram banho na cascata que cai do prédio que pertence à pasta do Ministro Sérgio Moro.

Segundo os organizadores, cerca de 4 mil pessoas participam da marcha que ocupou as seis faixas do Eixo Monumental; a Polícia Militar estimava público de 2,5 mil no início do ato. Os indígenas pedem a demarcação de terras e a "manutenção de direitos básicos".

O Eixo Monumental – da Rodoviária do Plano Piloto sentido Congresso Nacional – foi interditado. A segurança na Esplanada foi reforçada desde uma semana antes do início do acampamento.

O Acampamento Terra Livre, que é a maior conferência do Brasil sobre povos tradicionais, começou na terça-feira (23) e tem programação até esta sexta-feira (26). O tema, este ano é “Sangue indígena, nenhuma gota a mais”.

O grupo também é contrário à proposta de municipalização dos serviços de saúde e protesta contra medidas recentes, como mudanças na Funai– antes vinculada ao Ministério da Justiça.

Indígenas fecham parte da Esplanada dos Ministérios em protesto do Acampamento Terra Livre

Indígenas entram em espelho d'água do Palácio da Justiça durante marcha do 15º acampamento Terra Livre — Foto: Marília Marques/G1DF
Marcha

A marcha começou por volta das 9h. Com instrumentos musicais e munidos de arcos e flechas, os indígenas pararam, primeiro, na entrada principal do Ministério de Direitos Humanos. No local, eles pediram a "saída de ruralistas da Funai".

Indígenas fecham parte da Esplanada dos Ministérios em protesto do Acampamento Terra Livre

"Protestamos pelo fortalecimento da saúde indígena e para que o ministro Sérgio Moro reencaminhe a Funai para o Ministério da Justiça. Não podemos permitir que a Funai permaneça sob o comando de ruralistas", afirmou Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Segurança

Até o meio-dia, a PM não tinha registro de conflitos relacionados ao ato. A corporação montou um cordão de isolamento para impedir a passagem dos manifestantes para o gramado do Congresso Nacional.

Grades também foram colocadas no local para que o grupo não se aproxime da entrada principal da Câmara Federal.