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Com o caixão fechado e sem velório, familiares e amigos do Kauan Rios da Silva, 14 anos, morto afogado no Rio Anhanduí, se despediram do adolescente na manhã desta terça-feira (26). O sepultamento foi no Cemitério Jardim da Paz, na BR-060, saída para Sidrolândia, em Campo Grande.

Cantando músicas religiosas em frente à cova, as pessoas que estiveram presentes no sepultamento estavam bastante emocionadas. A avó paterna do menino, que era com quem ele morava, passou mal. Enquanto o caixão descia, a idosa saiu do local carregada por um familiar. O sepultamento que começou por volta das 8h20 durou apenas 30 minutos.

A reportagem foi até o cemitério e conversou com o primo de Kauan. Gleison Mário dos Santos, 38 anos, lamentou a morte precoce do adolescente e disse que os amigos da vítima só informaram a família sobre o afogamento três dias depois.

“A gente não sabia da situação, achávamos que estava desaparecido só. Só depois de três dias que os jovens vieram falar. O ser humano é tão sujo que conseguiu ficar esses três dias quietos, vendo o sofrimento da família, só foi falar depois que a mídia social ficou em cima e eles dizem que ficaram com medo”, disse revoltado.

Segundo Gleison, Kauan era um menino sonhador e que gostava de futebol. “Toda criança tem um sonho de ser jogador, de ser médico, bombeiro, polícia, ele gostava muito do Corinthians. Gostava muito de bola, era um menino alegre e contente”, revelou.

Na última quinta-feira (21), dia em que Kauan desapareceu, o primo disse que ele tomou banho e falou que ia para um jogo, “depois desse dia não vimos mais”, explicou. A mãe e o pai do Kauan estavam muito abalados e não conseguiram conversar com a equipe de reportagem. Além dos familiares da vítima, amigos do menino também estiveram no sepultamento.

O caso - Kauan Rios da Silva estava desaparecido desde a última quinta-feira (21), após sair da casa que morava com o pai e os avós, no Bairro Parque do Lageado, em Campo Grande.

O pai do menino registrou boletim de ocorrência de desaparecimento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, no domingo (24). Na noite do mesmo dia, os amigos do adolescente foram até a casa onde ele morava e contaram para a família que ele sumiu após entrar no Rio Anhanduí para nadar.

Na manhã de segunda-feira, uma equipe do Corpo de Bombeiros começou a procurar pelo menino, com o auxílio de um barco e após uma hora e meia de buscas, o corpo do Kauan foi encontrado preso em galhos de árvores, às margens do rio, próximo a uma propriedade rural privada, no Jardim do Pênfigo.

De acordo com o capitão Luís Carlos Ferrer do Corpo de Bombeiros, Kauan foi encontrado a menos de um quilômetro do local onde desapareceu na última quinta-feira (21). Como o menino havia sumido há quatro dias, não foi necessário mergulhar no rio para encontrá-lo.

“Iniciamos as buscas de superfície devido ao tempo que o corpo estava desaparecido. Encontramos ele por volta de um quilômetro depois do local da ocorrência e agora estamos aguardando a chegada das autoridades para dar continuidade à ocorrência”, explicou o capitão. A camiseta amarela e o chinelo preto que Kauan usava no dia em que sumiu foram encontrados às margens do rio.