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CAMPO GRANDE

Sem-terra bloqueiam a BR-163 na saída de Campo Grande para SP

Interdição da principal rodovia do estado provocou congestionamento quilométrico tanto no anel viário quanto na pista no sentido para Dourados

Correio do Estado

23 de Outubro de 2023 - 08:18

Sem-terra bloqueiam a BR-163 na saída de Campo Grande para SP
Bloqueio organizado pelo MPL na altura do quilômetro 465 da principal rodovia do Estado gerou congestionamento quilométrico - Naiara Camargo.

Integrantes do Movimento Popular de Luta (MPL) interditam desde o começo da manhã desta segunda-feira (23) a BR-163 na saída de Campo Grande para São Paulo, próximo da rotatória do anel viário da Capital.

Por conta do bloqueio da principal e mais movimentada rodovia do Estado, milhares de caminhões e carros de passeio estão parados em um congestionamento que se estende por pelo menos dez quilômetros, travando inclusive o tráfego no anel viário de Campo Grande.

De acordo com as informações iniciais, os manifestantes estão acampados desde 2017 às margens do anel viário de Campo Grande, entre as saídas para Sidrolândia e São Paulo, e nesta segunda-feira  decidiram fazer o protesto para chamar atenção das autoridades e para exigir a retomada da reforma agrária no Estado. O grupo prometeu manifestações também em outras regiões do Estado para esta segunda-feira.

Várias da Polícia Rodoviária Federal acompanham a mobilização desde o começo do protesto, mas não conseguiram evitar a interdição total da pista. Os manifestantes dizem que somente vão liberar o tráfego depois que seus representantes forem recebidos pelo comando do Incra e obtiverem  um cronograma para que as famílias recebam terra.

Desde 2014 que nenhuma família é assentada em Mato Grosso do Sul e, de acordo com o Incra, pelo menos cinco mil estão na fila de espera por um lote de terra. Até hoje, 29.600 famílias foram assentadas.

Em julho, ao passar por Campo Grande, o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, prometeu retomar os assentamentos para solucionar conflitos. Teixeira ressaltou que novos assentamentos devem ser feitos dentro da lei e de acordo com a constituição.

O Movimento Popular de Luta (MPL) se caracteriza por ser um movimento paralelo ao MST, o mais tradicional e radical movimento em defesa da reforma agrária no País.  Desde sua fundação, o MPL se expandiu em vários municípios e hoje se diz o maior movimento de massas do Mato Grosso do Sul.

Recentemente, uma vitória do movimento está para ser consolidada na cidade de Anaurilândia, que pode receber o primeiro assentamento oficializado pelo governo Lula e está organizado pela bandeira do MPL.