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Coronavírus

Em 7 dias, casos de Covid-19 aumentaram 102%, no Dia dos Pais Sidrolândia pode ter mais de 1.000

Metade de todos os casos desde o início da pandemia tiveram a confirmação da testagem positiva nesta semana.

Flávio Paes/Região News

02 de Agosto de 2020 - 19:43

Em 7 dias, casos de Covid-19 aumentaram 102%, no Dia dos Pais Sidrolândia pode ter mais de 1.000

Na última semana de julho, encerrada sexta-feira, Sidrolândia registrou o pico de notificações de Covid-19. Neste período de 7 dias, do sábado dia 25 até sexta-feira, dia 31, o número de casos aumentou 102%, saltando de 318 para 639 contabilizados até a hora do almoço deste domingo. Mantida esta tendência de crescimento exponencial, com média diária de 60 notificações, no sábado será ultrapassada a barreira dos mil casos. Metade de todos os casos desde o início da pandemia tiveram a confirmação da testagem positiva nesta semana.

A cidade saltou do 8º para o 4º lugar entre os 79 municípios. Ao longo da semana, vários dias oscilou entre a 2ª e a 4ª posição com maior número de testados positivos, muitas vezes superando cidades mais populosas, como Corumbá, Três Lagoas e Dourados.

O cenário é ainda mais preocupante, levando-se em conta que em bem pouco tempo, mais precisamente no dia 30 de junho, portanto há 33 dias, em Sidrolândia só havia 32 casos de Covid-19 (a 32ª posição no ranking estadual) e uma morte, dona Cícera Aparecida, que faleceu dia 7 de junho.

Hoje são 14 óbitos e há um risco iminente de colapso na estrutura hospitalar. No boletim divulgado na manhã deste domingo, dos 5 leitos de UTI, dois estão ocupados e dos 10 leitos clínicos, só há duas vagas. Toda a estrutura foi montada com doações arrecadadas pelo Sindicato Rural, mais de R$ 500 mi e equipamentos doados pela JBS.

A 14ª morte foi um indígena de 70 anos, residente na Aldeia Lagoinha, que morreu sexta-feira à noite logo após dar entrada com dificuldades respiratórias na UPA Santa Mônica, em Campo Grande. Este é terceiro terena residente em Sidrolândia a morrer na cidade.

A cidade está classificada na bandeira preta, com alto risco de transmissão do Covid-19, com indicação por parte da Secretaria Estadual de Saúde de restrição da atividade econômica, um lockdown moderado. O prefeito Marcelo Ascoli, que chegou a fechar num final de semana o comércio, mantendo abertos apenas supermercados, farmácias e postos de combustível, prorrogou a quarentena sem medidas mais radicais. O comércio continuará abrindo até as 18 horas (de segunda a sexta-feira) e das 7 ao meio-dia aos sábados.

Em 7 dias, casos de Covid-19 aumentaram 102%, no Dia dos Pais Sidrolândia pode ter mais de 1.000

Prefeito Marcelo Ascoli durante visita a ala vermelha do Hospital Elmíria Silvério Barbosa. Foto: Marcos Tomé/Região News.

O toque de recolher começa às 20 horas, continua proibido o consumo em bares e conveniências. Não cedeu a pressão dos proprietários de restaurantes que pretendiam manter os estabelecimentos abertos pelo menos até as 22 horas. Os supermercados estão funcionando aos domingos até às 12 horas.

Panorama estadual

Com 16.260 testes positivos para novo coronavírus, julho registrou a maior alta da Covid-19 em Mato Grosso do Sul. O número equivale a praticamente a toda população de Porto Murtinho que possui 17.131 conforme dados do IBGE.

No primeiro dia do mês os dados oficiais apresentavam 8.676 casos confirmados da doença. Já no boletim epidemiológico desta sexta-feira (31) esse número chegou a 24.936, um avanço de 187% no total dos infectados em apenas 31 dias. No mesmo período também houve um aumento significativo de óbitos que de 85 foi para 376, uma alta de 342%.

Ao mesmo tempo que aumenta o número de casos confirmados, também cresce a procura por leitos no Estado. Mesmo com a estruturação da saúde pela administração estadual, indicadores mostram algumas regiões com taxa de ocupação acima de 90%.

“Vai chegar o momento que mesmo que tenhamos leitos de UTI criados com muito esforço, vão ser insuficientes se nós não quebrarmos essa cadeia de transmissibilidade do vírus, e esse crescimento exponencial que a doença está tendo há mais de 30 dias aqui no Estado”, alertou o secretário de saúde, Geraldo Resende.