Economia
Apesar de ser o segundo mais caro no País, botijão de 13 kg tem reajuste no Estado
A empresária completa que o repasse será necessário, porque o setor já não consegue absorver as altas das distribuidoras
Correio do Estado
06 de Setembro de 2011 - 08:54
O sul-mato-grossense começou a pagar, desde ontem, até R$ 52 pelo gás de cozinha. Os preços foram reajustados em até 5,26%, considerando-se o aumento de R$ 1,50 a R$ 2 praticado pelos revendedores na Capital, com o menor valor oscilando de R$ 38, conforme a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para R$ 40. "Elas (distribuidoras) alegam que aumentaram por causa dos custos", afirmou a empresária Neuza Leal, dona de uma revenda. De acordo com a ANP, na semana passada, o produto era vendido entre R$ 42 e R$ 50 na Capital, e passa a ser de R$ 44 a R$ 52.
O aumento foi discutido em reunião no sábado entre cerca de 50 revendedores. Neuza, que participou da reunião, afirmou que o reajuste só não foi imediato em razão da concorrência com os postos clandestinos, que vendem o produto por valores menores por ancarem com menos encargos. No sábado, o grupo se encontra novamente para avaliar os custos com a nova alta e decidirem o repasse total ao consumidor.
"É injusto, porque eles (donos de postos clandestinos) têm menos despesas e podem vender por um preço menor", reclama. Em razão dessa concorrência - desleal conforme Neuza -, um grupo de revendedores regularizadores passarão a buscar identificar postos clandestinos e denunciá-los. Segundo estimativa da ANP, existem, no Estado, 1,3 mil pontos de revenda legais e 700 irregulares.
A empresária completa que o repasse será necessário, porque o setor já não consegue absorver as altas das distribuidoras. O último aumento ocorreu em março e, na época, nem todos repassaram ao consumidor.
O presidente do Sindicado dos Revendedores de GLP de Mato Grosso do Sul, Pedro Nantes, afirma que não vê razão para as distribuidoras majorarem os preços. "É um domínio das cinco grandes", afirma em menção a Liquigás, Copagaz, SHV Gás Brasil (Ultragaz) e Nacional Gás. Na manhã de ontem, ele já pagou R$ 1,50 mais caro pelo gás - de R$ 36,30 para R$ 37,80.
Consumidor
Consumidoras consideram que mesmo antes do aumento, o preço do gás já era expressivo. "Eu acho muito caro", disse a cabelereira Miriam Melgarajo Colman, que precisa trocar o gás quase todo mês. "O preço antigo devia durar por muito mais tempo. Eles sobem rápido demais".
Sensação semelhante tem a funcionária pública Maria Naici Cáceres, 51 anos. "Na quinta-feira, eu já paguei R$ 47 pelo gás e, no mês passado, eu tinha comprado do mesmo lugar por R$ 45", conta. "A gente se surpreende com tanta aumento".
Vice-líder
Mato Grosso do Sul tem o segundo gás mais caro do País, conforme a ANP. O produto era vendido, em média, por R$ 47,19 no Estado. O valor só é menor que o preço médio praticado pelas revendas de Mato Grosso, de R$ 47,74.
O gás de Mato Grosso do Sul é 51% mais caro que o produto comercializado na Amazônia, estado que pratica o menor preço, de R$ 31,13.