Economia
Cidades de Mato Grosso do Sul correm risco de desabastecimento de água
Correio do Estado
03 de Setembro de 2021 - 14:39
A crise hídrica que atinge o Brasil pode causar desabastecimento de água em cidades de Mato Grosso do Sul, especialmente na região do Pantanal, segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck. “Do ponto de vista de abastecimento urbano nós já estamos com uma medida de contingenciamento, que hoje o risco de abastecimento, neste momento, seria Ladário e Porto Murtinho”, explicou o secretário.
Campo Grande não tem o risco de faltar água, por usar poços subterrâneos e não ter registrado, até o momento, problema de fluxo de água. Conforme Verruck, para minimizar o problema, o governo já está preparado com sistema de bombas para fazer a captação, mas deve haver racionamento. “Nós temos que ter medidas de racionamento imediatas de consumo tanto de água quanto de energia”, disse.
“A gente suspendeu a navegação, vai suspender irrigação, então tem consequências do uso múltiplo da água para todos e, no Pantanal, especificamente no rio Paraguai, praticamente já está inviável a questão das exportações de utilização do rio Paraguai”, acrescentou.
Verruck disse ainda que, além de todas as consequências para a população, o nível baixo do rio também prejudica a reprodução dos peixes. "As pessoas perguntam: 'vai resolver o problema de energia elétrica?' Não. Para resolver o problema de energia elétrica no Brasil nós tínhamos que ter que ter um dilúvio, para ter tanta água que precisamos nos reservatórios, então isso não vai acontecer".
"A gente vai ter uma recomposição lenta desses reservatório portanto já se indica que a bandeira vermelha até março abril do ano que vem é exatamente por causa do volume", explicou o secretário.
Escassez hídrica
Entre as medidas do governo federal para reduzir o consumo de energia e poupar o volume de água das usinas hidrelétricas está a nova bandeira de energia elétrica, chamada de "Escassez Hídrica", que entrou em vigor no dia 1º de setembro e vai durar até abril de 2022. O novo patamar representa um aumento de cerca de 50% em relação a antiga bandeira mais cara, e custará R$ 14,20 a cada 100 kWh (quilowatt-hora).
Até então, o valor para cada 100 quilowatts-hora era R$ 9,49. Com a nova cobrança extra e caso o desconto anunciado pelo governo estadual, de redução do ICMS sobre a bandeira vermelha, não tenha validade, a conta de luz de setembro ficará até R$ 36 mais cara.