Economia
Consumidores enviam carta à aneel questionado reajuste e pedindo esclarecimentos
Campo Grande News
09 de Abril de 2011 - 10:02
A ABCCOM (Associação Brasileira da Cidadania e do Consumidor do Estado de Mato Grosso do Sul enviou carta à ouvidoria geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) questionando o que considera visível percentual absolutamente abusivo e contrário à modicidade tarifária, vez que se mostra um percentual notadamente elevado, comparando-o com índices inflacionários usuais, tais como IPCA, que no período do contrato ficou em torno de 5,90% ou mesmo o IGPM, que no mesmo período ficou acumulado em torno de 11,30%.
O documento pede que seja revisto o índice de reajuste aplicado, ou no caso de permanecer o s valores, pelo menos sejam feitos os devidos esclarecimentos,em uma linguagem adequada e inteligível para nossa realidade de leigos, acerca da composição dos índices homologados, bem como dos procedimentos adotados pela Agência Reguladora sobre a validação das informações prestadas pela concessionária de energia elétrica do Estado de Mato Grosso do Sul.
A modicidade tarifária é um princípio fixado pelo agente regulador, no caso a Aneel, como meta a ser cumprida pelas concessionárias de energia, sob pena de descaracterizar a natureza pública do serviço de energia elétrica. Tarifa acessível deve ser um objetivo a ser perseguido por todos, do investidor ao consumidor, reforça a ABCCOM.
A avaliação é de que o índice aprovado pela ANEEL não demonstra preocupação com a pretensa relação equilibrada que resulte em uma tarifa verdadeiramente módica para o consumidor. Na realidade, isto mais parece uma lesão provocada pelo poder público, à medida que autoriza aumento que coloca em risco o equilíbrio econômico (orçamento doméstico) das famílias de consumidores de energia elétrica sul-mato-grossenses, ataca.
A entidade pondera que tal reajuste, de 17,49% para clientes de Alta Tensão, e 18,57% a consumidores residenciais e de baixa tensão, contribui para aumento de produtos em cadeia e a diminuição da renda do consumidor, em contraponto à remuneração dos acionistas da empresa.
O reajuste aprovado pela ANEEL representa um grande fardo para os consumidores em geral, mas especialmente para os consumidores residenciais de baixa tensão, pois estes irão absorver duplamente o aumento, já que além de terem recebido um maior reajuste em suas contas de energia elétrica (18,57%), terão também que arcar com o repasse industrial e comercial no preço dos produtos, devido a alta da energia elétrica, relata a carta. Um dos pedidos é para que exista maior clareza sobre as regras do processo de reajuste tarifário que justifiquem este vultoso aumento.
A entidade lembra ainda, que o reajuste significativo deste ano, a contar desde 8 de abril, é na verdade consequência de uma decisão controversa da própria Agência há 8 anos, que misturou o erro ocorrido em nosso processo de revisão tarifária de 2003 com o rumo natural dos processos de reajustes tarifários subsequentes, levando a um efeito chicote sensivelmente percebido hoje, e que leva os consumidores sul-mato-grossenses a sentirem-se enganados, entendendo que a devolução ocorrida está sendo compensada neste momento.