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Economia

Custo da avicultura no Mato Grosso do Sul preocupa

Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul

08 de Dezembro de 2011 - 11:00

Apesar das freqüentes altas sentidas pelo consumidor na carne de frango motivada pela maior demanda de consumo interno nessa época do ano e aumento de competitividade no mercado externo, o produtor não tem se beneficiado desse cenário positivo.

É o que aponta um levantamento técnico feito pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul - FAMASUL nos pólos avícolas de Sidrolândia, Dourados e Aparecida do Taboado.

De acordo com a assessora técnica da FAMASUL, a economista Adriana Mascarenhas, alguns itens que compõem o custo chamaram a atenção pelo alto valor, como a mão-de-obra e maquinário.

“As indústrias do setor energético e de celulose absorveram uma parcela significativa da mão-de-obra e isso se reflete na falta de trabalhadores qualificados nas granjas, elevando os salários.

E como não temos indústrias de maquinário para a avicultura, o produtor adquire esses equipamentos de outros estados. O frete e a tributação encarecem o investimento na estrutura física dos aviários”, esclarece.

Conforme a assessora, o produtor não tem tido rentabilidade na atividade, o que gera uma perspectiva negativa no médio e longo prazo.

“A maioria dos avicultores financiaram seus aviários, e irão precisar de mais investimentos”, ressalta a economista, referindo-se às exigências apontadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para adequação das estruturas das granjas para exportação.

“O prazo para essas adequações, que era para esse ano, foi prorrogado para final de 2012, mas, se o produtor rural está com sua margem apertada, dificilmente conseguirá investir para atender essa medida?”, questiona.

As normas exigidas pelo MAPA tratam dos procedimentos de registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas.

Adriana aponta o incentivo do governo do estado à atividade como uma das alternativas para viabilizar esse investimento exigido pelo MAPA. “Mas é preciso analisar com produtores e indústrias outros gargalos do setor”, enfatiza.

O Brasil é o maior exportador da carne de frango de corte, respondendo por 30,37% da produção mundial.

Dados da Câmara Setorial de Avicultura de MS apontam que o Estado possui 1.291 aviários, com um consumo mensal de ração de 56 mil toneladas e abate de 590 mil aves/dia.

Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) as exportações de carne de frango do Brasil, em novembro, alcançaram 358,7 mil toneladas e renderam US$ 766,3 milhões, um aumento de 12,1% em volume e de 23,5% de receita em relação a novembro de 2010.