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Economia

Déficit: Indústria brasileira estima falta de 532 mil profissionais na transição energética

Estudo aponta falta de mão de obra qualificada para atender demandas da indústria de energia limpa.

Correio do Estado

12 de Maio de 2024 - 19:57

Déficit: Indústria brasileira estima falta de 532 mil profissionais na transição energética
Déficit: Indústria brasileira estima falta de 532 mil profissionais na transição energética. Foto: Divulgação BNDES

No horizonte próximo, o Brasil se vê diante de um desafio significativo: um déficit previsto de 532 mil profissionais em diversas áreas tecnológicas até o ano de 2025. Essa projeção, parte de um estudo realizado pela Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), destaca a influência da transição energética nesse cenário, que demanda habilidades específicas para lidar com a descarbonização da indústria e a expansão da mobilidade eletrificada.

Investimentos na Formação de Mão de Obra: Uma Resposta Necessária

Empresas como a Ford têm encontrado na capacitação de profissionais locais uma resposta a esse desafio iminente. Utilizando os dados da pesquisa da Brasscom para embasar seus investimentos, a gigante norte-americana tem se engajado em programas de formação de mão de obra, reconhecendo a importância estratégica de suprir essa lacuna no mercado.

Colaboração da Indústria: Montadoras, Fornecedores e Startups se Unem pela Capacitação

A iniciativa da Ford não é solitária. Montadoras, fornecedores e startups têm se unido no desenvolvimento de programas de treinamento, não apenas para capacitar jovens profissionais, mas também para atrair talentos em um mercado altamente competitivo.

Competências em Alta Demanda: Resultados da Pesquisa Gi Group Holding

Uma pesquisa conduzida pela Gi Group Holding, multinacional especializada em estudos sobre o mercado de trabalho, revela as competências mais procuradas pelas empresas da indústria automotiva. No Brasil, 53% dos profissionais entrevistados destacaram a importância de habilidades relacionadas a tecnologias de veículos elétricos, enquanto 40% mencionaram conhecimentos em inteligência artificial e aprendizado de máquina.

A Perspectiva das Empresas: Desafios e Estratégias

Para Djansen Alexandre Dias, gerente da divisão de indústria na Gi Group Holding, o déficit de profissionais já era esperado, mas foi potencializado pela modernização dos veículos, que agora contam com sistemas autônomos e avançados itens de segurança. Empresas como a Ford enfrentam o desafio de competir não apenas com outras do setor automotivo, mas também com fintechs e startups, em um mercado globalizado onde a pandemia acelerou a busca por mão de obra especializada.

Investimento em Formação: Além das Linhas de Produção Tradicionais

Márcio Tonani, vice-presidente sênior dos centros técnicos de engenharia do grupo Stellantis para a América do Sul, ressalta a importância dos programas de formação oferecidos pelas fabricantes. Esses programas não apenas suprimem a demanda por mão de obra técnica, mas também demonstram o papel das empresas como desenvolvedoras de tecnologia.

Parcerias Estratégicas e Educação Continuada

As montadoras estabelecem parcerias com instituições de ensino superior e técnico em todo o país, promovendo cursos e seminários para despertar o interesse dos jovens pelo setor automotivo e fornecendo oportunidades de desenvolvimento profissional.

Impacto dos Programas de Formação no Mercado de Trabalho

Programas como o Ford Enter têm se mostrado eficazes na inserção de jovens no mercado de trabalho, direcionando talentos não apenas para a Ford, mas para toda a indústria automotiva. Com 200 vagas oferecidas no primeiro ano e uma taxa significativa de inserção no mercado, esses programas são cruciais para suprir a demanda por profissionais qualificados.

Desafios Futuros e Necessidade de Evolução

À medida que a transição energética avança, é crucial que a formação e o parque tecnológico da indústria nacional evoluam para acompanhar as demandas do mercado. Investimentos em capacitação, pesquisa e desenvolvimento são fundamentais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do setor automotivo brasileiro.