ECONOMIA
Dólar sobe 0,8% na semana, enquanto Ibovespa recua 0,3%
Dólar mantém estabilidade frente ao real, mas acumula alta semanal com novas tarifas dos EUA.
Folha de Campo Grande
29 de Março de 2025 - 11:10

O dólar encerrou as negociações desta sexta-feira (28) próximo da estabilidade, porém acumulou alta ao longo da semana. Investidores avaliaram dados de emprego no Brasil e de inflação nos Estados Unidos, enquanto lidavam com a incerteza relacionada às novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.
A moeda norte-americana fechou com alta de 0,08%, cotado a R$ 5,7627 na venda, acumulando ganhos semanais de 0,82%.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou queda de 0,94% nesta sexta-feira, fechando aos 131.902,18 pontos. No acumulado da semana, o índice apresentou uma leve perda de 0,33%. Na véspera, o Ibovespa havia atingido sua máxima em cerca de seis meses, superando os 133 mil pontos.
Novas tarifas dos EUA
As políticas tarifárias de Donald Trump têm sido o principal foco dos mercados nesta semana. O presidente dos EUA anunciou a implementação de tarifas de 25% sobre automóveis importados, medida que gerou preocupações sobre uma possível guerra comercial global e afetou ativos de países emergentes, incluindo o Brasil.
Analistas do BTG Pactual destacam que, se as medidas forem direcionadas a países com grandes déficits comerciais com os EUA ou que possuem participação relevante no comércio norte-americano, o Brasil pode não ser impactado inicialmente. Contudo, caso as tarifas sejam aplicadas de forma generalizada a setores específicos, como ocorreu com o aço, o Brasil poderá ser diretamente afetado.
Dados econômicos
Nos Estados Unidos, o índice de Preços de Gastos com Consumo Pessoal (PCE), medida de inflação preferida pelo Federal Reserve, registrou alta mensal de 0,3% em fevereiro, com a taxa anual atingindo 2,5%, em linha com as projeções de analistas. O Fed mantém sua meta de inflação em 2% e, na semana passada, manteve a taxa de juros inalterada na faixa de 4,25% a 4,50%.
No cenário doméstico, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro, acima dos 6,5% registrados em janeiro e em linha com as previsões. Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelou a abertura de 431,9 mil vagas formais de trabalho em fevereiro, o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica, em 2002.
Investidores continuam atentos aos desdobramentos das políticas comerciais dos EUA e seus possíveis impactos na economia global e nos mercados emergentes.