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Economia

Dólar sobe quase 3% e fecha acima de R$ 1,85

Moeda norte-americana avançou 2,94%, vendida a R$ 1,8597. Dados da China e incerteza com Europa puxaram cotação.

G1

23 de Novembro de 2011 - 16:40

Depois da queda da véspera, o dólar comercial voltou a fechar em forte alta nesta quarta-feira (23), superando R$ 1,85, com os investidores fugindo de aplicações consideradas de risco por preocupações sobre a estabilidade dos bancos europeus e por sinais de que a crise de dívida pode estar começando a ameaçar a Alemanha.

A cotação da moeda norte-americana avançou 2,94%, fechando a R$ 1,8597 na venda. Este é o maior patamar de fechamento desde o dia 4 de outubro, quando a moeda fechou vendida a R$ 1,8685.

Na semana, a divisa dos Estados Unidos tem alta acumulada de 4,3%; no mês, a alta é de 9,23% e, ao longo do ano, o dólar já sobe 11,63%.

O aumento da aversão a risco no exterior começou após o resultado do índice PMI para o setor manufatureiro da China, que caiu para 48 em novembro e mostrou a maior contração em 32 meses por causa da fraqueza da demanda local.

Mais tarde, a demanda relativamente fraca por títulos alemães em um leilão de bônus inquietou os investidores, que viram um sinal de que a crise na zona do euro está começando a afetar diretamente a Alemanha, maior economia da região.

Ainda nesta quarta-feira, o banco central da Grécia alertou que o país tem uma última chance de permanecer na zona do euro e precisa de um esforço máximo para evitar sua saída.

Banco Central
A subida do dólar aumenta a expectativa entre operadores por uma intervenção do Banco Central (BC). A autoridade monetária ainda não atuou no mercado este mês.

"É claro que, quando o mercado chega nesse patamar acima de R$ 1,85, sempre vem aquela lembrança de que o Banco Central está aí", disse o operador de câmbio da corretora Renascença José Carlos Amado, citando a possibilidade de uma pesquisa de demanda por swap cambial conforme se aproxima o fim do mês.

Os leilões de swap cambial funcionam como uma venda de dólares no mercado futuro. Eles foram usados pela autoridade monetária nos últimos dois meses quando o dólar operava em torno de R$ 1,90.

Em audiência na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, no entanto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o patamar recente do dólar era "razoável" após várias medidas tomadas pelo governo no primeiro semestre para frear a valorização do real.

A taxa Ptax, calculada pelo BC e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8441 para venda, em alta de 2,06% ante a terça-feira.

Na quinta-feira, com o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, o volume de operações tende a ser menor.