ECONOMIA
Elétricas terão que cortar 73% do preço para renovar contrato
Segundo cálculos da Abiape (Associação Brasileira de Investidores em Auto Produção de Energia), a tarifa média vai passar de R$ 85 para R$ 23 por megawatt-hora.
De Brasília
03 de Novembro de 2012 - 11:23
As novas tarifas fixadas pelo governo para as usinas hidrelétricas que renovarem suas concessões estão 73% inferiores, em média, aos preços praticados atualmente.
Segundo cálculos da Abiape (Associação Brasileira de Investidores em Auto Produção de Energia), a tarifa média vai passar de R$ 85 para R$ 23 por megawatt-hora.
"Os valores individuais ainda estão sendo analisados pelas empresas, mas já é possível dizer que está bem abaixo das expectativas. O dia-a-dia das empresas ficou comprometido, porque as despesas continuam, mas a receita caiu", afirmou o presidente da associação, Mário Menel.
A redução dessas tarifas é um dos fatores que irá abater o valor da conta de luz paga pelos consumidores. Seguindo a previsão do governo, a redução média será de 16% para residências e de 28% para indústrias, a partir de 2013 --os valores exatos serão conhecidos em fevereiro.
Menel afirma que, embora as tarifas para as usinas exijam grande adaptação por parte das empresas, o governo dificilmente iria impor metas inatingíveis.
"O governo não quer quebrar ninguém e também fez contas. Por enquanto, tudo está sendo feito para respeitar a meta de redução de preços ao consumidor final que foi anunciado em setembro."
Além de baixos valores para as tarifas, o setor elétrico está frustrado com o montante para indenizar os ativos não remunerados --ou seja, os recursos que o governo irá repassar às empresas que ainda não tiveram seu investimento inicial recomposto.
O valor total das indenizações foi fixado em R$ 20 bilhões.
AÇÃO NO CONGRESSO
Segundo Luiz Fernando Vianna, presidente da Apine (Associação dos Produtores Independentes de Energia), as empresas insatisfeitas tendem a tentar mudar a medida provisória, ainda em tramitação no Congresso Nacional, para tentar corrigir e aumentar os valores das indenizações.
"O documento que foi publicado não detalha exatamente o que está sendo indenizado. A MP também não deixa isso claro, então várias de nossas sugestões podem alterar isso, fazendo com que o governo leve em conta modernizações, reformas e custos com meio ambiente", destaca Vianna.
O documento com todos os valores dos setores de geração e transmissão, que era aguardado pelo mercado desde setembro, foi divulgado na noite de anteontem, após o fechamento da Bolsa.