Economia
Em MS, 60 milionários são monitorados pela Receita Federal
Correio do Brasil
12 de Dezembro de 2011 - 08:24
Mato Grosso do Sul tem 60 milionários sob a mira da Receita Federal do Brasil. Eles fazem parte de um grupo especial - composto pelos 5,1 mil maiores contribuintes no País - que tem todas as movimentações financeiras e rendimentos monitorados pela Delegacia de Maiores Contribuintes Pessoa Física (Demac) do fisco federal, criada há dois anos em Belo Horizonte (MG).
A lista com os nomes dos milionários sul-mato-grossenses foi encaminhada para a Demac há um ano, segundo o delegado da Receita Federal em Campo Grande, Flávio de Barros Cunha. Eles foram selecionados a partir de uma análise criteriosa do Leão sobre rendimentos declarados, receita de atividade rural, patrimônio, dívidas e faturamento.
Ao contrário das grandes empresas acompanhadas de perto pela Receita, esses contribuintes abonados não foram notificados, por enquanto, de que estão sendo alvo de monitoramento especial. Desde 1990, pessoas jurídicas, consideradas as maiores pagadoras de impostos do País, sofrem fiscalização intensiva do fisco federal por meio da unidade de Acompanhamento dos Contribuintes Especiais e Diferenciados (AED). No entanto, essas empresas sabem que são alvo do monitoramento especial, segundo Cunha.
Participação
Das 12 mil empresas no País, que respondem por 70% da arrecadação de tributos pela Receita, 74 são de Mato Grosso do Sul, sendo 54 de Campo Grande e outras 20 na delegacia do fisco em Dourados. As pessoas jurídicas do Estado correspondem a 0,61% das maiores arrecadadoras no Brasil. No Rio de Janeiro e São Paulo, há duas delegacias especiais (Demac) para promover a fiscalização especial das empresas. Já nas outras unidades da federação, cada delegacia tem um departamento especial com o mesmo objetivo.
Já a participação dos milionários sul-mato-grossense no bloco nacional é o dobro da registrada pelas empresas. Os 60 abonados representam 1,17% dos 5,1 mil pessoas ricas que estão com os rendimentos e patrimônio acompanhados com lupa pelos auditores da Receita Federal.
Flávio de Barros Cunha não informou os critérios nem os valores utilizados pela Receita para definir os contribuintes que passaram a ter acompanhamento de perto. Ele explicou que a publicidade desta informação poderia evitar a inclusão de outros contribuintes na mira da Demac. Isto porque a pessoa poderia sonegar o aumento dos rendimentos ou do patrimônio para não passar a ter os gastos acompanhados e auditados milimetricamente pelo Leão.